Jorge Ben Jor: por você eu me enfeiticei
No show "Oba, lá vem elas", Luedji Luna, Zezé Motta e mais cinco cantoras declaram seu amor pelo compositor carioca. E tem playlist!
Para abrir os trabalhos do Trip Transformadores 2019, reunimos no show "Obá, lá vem elas" um time de estrelas da música brasileira contemporânea para homenagear Jorge Ben Jor, um dos caras mais fundamentais para a construção da identidade musical do país. O espetáculo rolou no último dia 13 de outubro, no Parque do Povo, em São Paulo, e provou o poder transformador da boa música.
As cantoras convidadas - Luedji Luna, Emanuelle Araújo, Marcia Castro, Zezé Motta, Negra Li, Mariana Aydar e Ana Canãs - contaram pra gente porque Jorge ocupa um espaço especial no olimpo da MPB e nos ajudaram a montar uma playlist que mistura hits, lados B, clássicos e pérolas do repertório do carioca. Dá o play!
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Negra Li: “Eu amo o Jorge Ben! Lembro de estar grávida da minha filha, que hoje está com 10 anos, quando ele me chamou no palco e soprou no meu ouvido uma música inédita e disse: ‘vamos cantar essa agora!’. Peguei na hora e foi lindo. Eu ouvi muito os discos dele. Estudei muito as músicas, ritmicamente é muito rico. A interpretação também é legal, ele brinca com os assuntos, com as palavras, tem uma personalidade que é só dele. É raro ver alguém parecido com ele, é único. Tenho muito orgulho dele ser brasileiro.”
Luedji Luna: “Curto a fase dele mais mística, mais espiritualizada. Adoro o lado B do Jorge, pesquiso bastante. Uma das preferidas é 'Errare Humanum Est.'”
Emanuelle Araújo: “Grande mestre! Investe no suingue, na mão direita do violão. A forma quebrada de cantar revolucionou a música popular brasileira. Com um jeito característico e particular, ele criou o samba funk brasileiro, misturando a referência americana com o samba . É um ícone pra mim. Já tive algumas oportunidades de cantar com ele. Uma vez, eu estava em um camarote da Sapucaí cantando 'Ive Brussel' e ele estava olhando pro palco. Gelei e pensei se ele queria subir...e ele queria! Cantou com a gente. Tenho uma paixão imensa por ele, um mestre que influencia até hoje todo mundo que faz a onda do samba funk. Ele está no DNA. Amo os primeiros discos dele, quando canta ‘voxe’, adoro a música 'Menina bonita não chora' e todos os hits maravilhosos!"
Mariana Aydar: “Pra mim, ele é um mistério. Tem uma malandragem... é tão malandro que eu não o entendo, talvez eu seja inocente demais para entender. Sempre foi uma poesia que eu precisei decifrar, toda essa malícia, essa malemolência."
Marcia Castro: "Ele é uma base da música brasileira. Base de suingue, de filosofia. A tábua de Esmeralda é um disco marcante e antológico, um dos 10 principais da história nacional, eu sei de cabo a rabo. Outra que amo é 'Jorge da Capadócia', uma oração do início ao fim. Eu sou de Oxossi, que, na representação da Bahia, é São Jorge. Então sinto essa força."
Ana Cañas: “Ele é importante para a música brasileira em vários lugares. Inclusive por trazer a pauta anti-racista nas canções. O disco África Brasil é muito politizado e foi lançado em uma época em que isso não era o prato do dia, como é hoje. Ele é um gênio musical.”
Zezé Motta: "Tenho memórias com duas músicas dele. Uma é 'Chove chuva', porque quando eu era crooner cantava essa na casas noturnas Balacobaco e Telecoteco, em São Paulo. E depois, 'Xica da Silva', o papel com o qual estourei na TV. Eu sou fã de carteirinha. O tipo de música que ele faz ninguém faz. Até mesmo melodicamente a divisão dele é diferente, é quebrada, vai para um lugar inesperado. Ele é muito especial."
Créditos
Imagem principal: Mariana Pekin