A tecnologia no combate à violência sexual
Aqui vão três iniciativas que podem salvar vidas. Literalmente
Leia esta frase e espere 11 minutos antes de continuar. Pronto? Pois bem: neste meio tempo uma mulher acaba de ser estuprada no Brasil. Esse é um dado divulgado este ano pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que ainda mostrou que apenas de 30% a 35% dos casos são de fato registrados. Uma notícia boa neste cenário nefasto é que a tecnologia virou uma das principais aliadas das mulheres.
Circle of 6
Gringo, mas que funciona no Brasil, o Circle of 6 foi um dos primeiros aplicativos criados para denunciar violência sexual. Como o próprio nome sugere, nele você cria um círculo de confiança com até seis contatos que podem ser acionados em casos de emergência. Se você estiver em uma situação desconfortável, é só mandar uma das mensagens automáticas para alguém do seu círculo. Uma das mensagens pede para que elas entrem em contato fingindo precisar de você com urgência, e a outra fornece a sua localização por GPS pedindo para alguém te resgatar. O aplicativo ficou tão popular nos Estados Unidos que universidades e outras instituições de ensino (onde a violência sexual contra mulheres se tornou endêmica e alarmante) criaram versões customizadas para os seus campus. (Gratuito para iPhone e Android.)
Help Me
Quem nunca sofreu algum tipo de violência sexual usando o transporte público? Foi pensando nisso que Renato Sanches, um jovem paulistano preocupado com o bem-estar das mulheres, criou um app que ajuda qualquer pessoa a comunicar o abuso às centrais de metrô ou trem. O app envia um SMS para os números de ajuda do transporte público reportando o tipo de problema ou incômodo. A denúncia pode ser feita de duas formas bem rápidas e simples: as opções “Enviar SMS para o Metrô” e “Enviar SMS para a CPTM”. Na tela, aparece a mensagem pré-definida que diz: “Estou sofrendo abuso”. Mas o sistema também criou uma ferramenta inteligente para quando alguém está sendo violentado e não consegue gritar: um botão do app ativa uma sirene que começa a soar bem alto onde você estiver, chamando a atenção de quem estiver ao redor. (Gratuito para iPhone e Android.)
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Mapa do Acolhimento
Mais uma ideia simples que pode salvar vidas, o Mapa do Acolhimento compila a opinião de quase 3 mil voluntárias que depois de serem atendidas avaliam os serviços públicos de atendimento a vítimas de violência sexual no Brasil. Criada pela ONG Nossas Cidades e pelo movimento #AgoraÉQueSãoElas, a rede já tem mais de 450 terapeutas que atendem essas mulheres de forma voluntária e 30 instituições disponíveis para consulta. O serviço psicológico é oferecido gratuitamente e o site funciona tanto para quem pode acolher (terapeutas e demais profissionais) quanto para quem precisa ser acolhida (mulheres vítimas de violência sexual). (Gratuito no site)
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