Uma outra Anna

Conheci a Noelia faz pouco tempo, durante um almoço numa tarde ensolarada em Barcelona. Ela estava com o marido dela, um belga charmoso de mais de 2 metros de altura, com dedos longos e um jeito quase meigo de se acomodar em poltronas onde ele não cabe direito. O homem está tão puramente apaixonado pela mulher, de uma maneira tão aparente, que me surpreendeu, mesmo nove anos e um filho depois. Isso me faz acreditar no amor transparente, paciente, firme, vivo.

Com uma sensualidade proposital, firme, ativa, Noelia tem uma marca chamada Anna Bonny, que fabrica um acessório semelhante a um “tapa-olho” para mulheres que tiveram que passar por uma mastectomia e escolheram não reconstruir o peito. São peças lindas, únicas, feitas de seda, caxemira, brilhos e cristais. Ela me disse que se sente igual a uma pirata agora, uma pirata sexy, solta, navegando o mar da sensualidade, da boemia.

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Ela me faz acreditar no que fala, que o poder curativo da indulgência nunca deveria ser subestimado. E me faz também acreditar no poder feminino mais puro, que podemos ser mulher independentemente do corpo, das partes íntimas, não importando as cicatrizes e o que a vida nos traz.

Sinto sua sexualidade à flor da pele, no verdadeiro coquetismo dela, quando me dá um tapa na bunda para se despedir e sai brilhando pelo corredor, tomando um vinho no final da tarde na mesa do nosso amigo, me mostrando, com orgulho, o trabalho que faz, seu corpo e seu olhar de pirata.

Vai lá: annabonny.com