Carrie Bradshaw, um mau exemplo
Sete horas da manhã quando o telefone da minha casa tocou. Do outro lado da linha, o produtor da rádio CBN me acordava com a informação de que 24 suspeitos foram presos em Londres por causa de uma conspiração terroristas. Esses caras, que certamente não tem o que fazer, além de matar gente ainda tiram os outros da cama às sete da manhã. Um terror, literalmente. Preparei três boletins: dessa vez, os caras planejaram ataques a aviões usando líquidos explosivos (repito, falta do que fazer dá nisso). Pretendiam sair da Inglaterra, voar para os Estados Unidos e explodir as naves no meio do caminho. Êta gentinha sem noção. O pior é pensar que peguei um vôo Londres-Nova York há menos de duas semanas. Sim, numa companhia aérea americana. O problema naquele vôo era o casal da poltrona de trás que não sabia o que era um desodorante há meses – coisa que também pode se transformar em arma letal para os demais passageiros. Foram seis horas inesquecíveis dentro daquele avião.
Contudo, ninguém me acorda para dizer que o cigarro ainda mata mais gente do que o terrorismo. Segundo o CDC, centro que controla as doenças nos EUA, um e cada cinco americanos morre em decorrência do fumo. Por ano, soma-se a morte de cerca de 440 mil fumantes no país. Nesta quinta-feira, dia 10, uma matéria no jornal New York Daily News diz que uma pesquisa feita pelo Departamento de Saúde apontou que 11% dos adolescentes fumam – sendo 35% meninas brancas (cá entre nós, esse número deve ser muito maior, mas eu duvido que todo mundo respondeu a verdade). E o pior: são influenciados pela Carrie, personagem do seriado Sex and the City, que vez ou outra dava suas baforadas. As meninas, tadinhas, acham aquilo o máximo. Em Nova York, thanks God, fumante não tem vez. Aqui, cigarro é proibido em todos os edifícios, restaurantes e lugares fechados. Inclui-se aí, a minha casa. E sem direito à negociação.