As Lentes de Annie
Pois foi Annie, altíssima, de calça jeans, tênis, camisa preta, cara limpa e mais nada, quem guiou a imprensa pelas galerias do Brooklyn Museum, onde sua exposição com fotos profissionais e pessoais abriu nesta sexta. Sempre quis conhecer a mulher por trás de tal trabalho. O que ela tem, além de talento, que faz com que os mais difíceis dos mortais escancarem suas vidas diante de suas lentes? E mais: ela não aparece nunca – melhor ainda, não aparece mais do que seu trabalho.
Percebi ali uma mulher extremamente forte, obviamente inteligente, pé no chão, nada deslumbrada e bem nova-iorquina. Disse que ainda tem o que aprender, além de revelar que gosta mesmo é de fotorreportagem. Esta exposição, baseada no livro Annie Leibovitz: A photographer’s Life (1990 – 2005), traz a trajetória de sua carreira ao longo desses 15 anos, além de fotos pessoais, pra lá de íntimas, como a doença e a morte da escritora Susan Sontag, sua companheira de longos anos, e um vídeo com depoimentos da família e celebridades que já abriram sua intimidade para Annie. Quem estiver aqui, terá a chance de ver tudo isso até o dia 21 de janeiro. Mas... sem ela.