As Lentes de Annie

por Tania Menai em

Foi ela quem fotografou John Lennon nu, deitado com Yoko Ono. Também foi ela quem clicou Demi Moore grávida, Brad Pitt de calça de oncinha, Johnny Depp deitado sobre Kate Moss, Leonardo DiCaprio com um cisne no pescoço e Suri, a filha de Tom Cruise. Até o mesmo a turma da Casa Branca, goste você ou não, já posou para as lentes de Annie Leibovitz, a fotógrafa mais celebrada e concorrida do país. Quem já teve uma revista Vanity Fair em mãos, sabe do que se trata.

Pois foi Annie, altíssima, de calça jeans, tênis, camisa preta, cara limpa e mais nada, quem guiou a imprensa pelas galerias do Brooklyn Museum, onde sua exposição com fotos profissionais e pessoais abriu nesta sexta. Sempre quis conhecer a mulher por trás de tal trabalho. O que ela tem, além de talento, que faz com que os mais difíceis dos mortais escancarem suas vidas diante de suas lentes? E mais: ela não aparece nunca – melhor ainda, não aparece mais do que seu trabalho.

Percebi ali uma mulher extremamente forte, obviamente inteligente, pé no chão, nada deslumbrada e bem nova-iorquina. Disse que ainda tem o que aprender, além de revelar que gosta mesmo é de fotorreportagem. Esta exposição, baseada no livro Annie Leibovitz: A photographer’s Life (1990 – 2005), traz a trajetória de sua carreira ao longo desses 15 anos, além de fotos pessoais, pra lá de íntimas, como a doença e a morte da escritora Susan Sontag, sua companheira de longos anos, e um vídeo com depoimentos da família e celebridades que já abriram sua intimidade para Annie. Quem estiver aqui, terá a chance de ver tudo isso até o dia 21 de janeiro. Mas... sem ela.
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