O amor vem da responsabilidade
Stephanie Ribeiro fala sobre a construção diária que é sua relação com Basquiat, seu cachorro. Ela participou da última Casa Tpm a convite de Nestlé Purina no talk sobre soluções para além da adoção
"Dentro do cuidado com o Basquiat, meu cachorro, entendi como o amor nasce da responsabilidade", disse Stephanie Ribeiro na última Casa Tpm durante o talk Soluções além da adoção, oferecido por Nestlé Purina.
Ao lado de Juliana Camargo, modelo e CEO da ONG Ampara Animal, a arquiteta e escritora refletiu sobre os preconceitos que passa por ter adotado um cachorro de raça que foi rejeitado, os cuidados necessários durante a rotina e as lições sobre afeto e companheirismo que aprendeu.
Foi a primeira edição petfriendly da Casa Tpm e Stephanie fez questão de levar Basquiat. Abaixo, ela conta os aprendizados que a responsabilidade de ter um animal trouxe para sua vida.
"Basquiat entrou na minha vida num momento em que não estava tudo bem. Eu precisava dele, mas nem sabia disso. Muitas vezes, esquecemos que o amor é uma construção diária, que precisa de cuidados e dedicação para ser da melhor maneira possível. Sem dúvidas, Basquiat me ensinou que o amor vem da responsabilidade.
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Claro que existe, para além de nós, uma sociedade cheia de achismos no que diz respeito a amar e zelar pela vida de um cachorro. Já disse várias vezes que não compramos o Basquiat. Infelizmente, muitas raças carregam o estigma de serem fofas quando filhotes, mas, na vida adulta, passam a ser tratadas como um transtorno para suas famílias.
O chow-chow é uma raça de porte médio que precisa de muitos cuidados e afeto, já que tem uma necessidade grande de socialização. Se para outras raças já é drástico ficar preso e não conhecer outros animais, imagina para uma conhecida por ser “desconfiada”? Só ganhamos a confiança do nosso cachorro depois de um tempo. Foi um processo que me ensinou muito sobre como temos ansiedade e ignoramos o tempo das coisas.
Foi preciso de um ano, no mínimo, para entender que essa necessidade de atenção não era passageira. Era para sempre. Pra ficar com o pêlo macio e saudável, precisamos de um ano e meio de remédios e banhos. Minhas amigas sabem o quanto eu ficava insegura e até chorava, achando que ele não queria ficar com a gente.
Entendi depois que era medo. Como para Basquiat todo aquele carinho e cuidado era novidade, tentei ter paciência. Quando um animal já adulto entra na sua vida, esta é uma experiência que precisa, de fato, de muita paciência. Hoje, acordo com Basquiat deitado do meu lado com a cara mais fofa do mundo e penso que valeu muito ter persistido.
Se não tiver paciência, disponibilidade, recursos financeiros e consciência sobre responsabilidade, não adote um animal que vai depender de você. Ao Basquiat, só posso agradecer pela troca, pelo companheirismo e por me fazer entender que assumir responsabilidades me fez mais consciente sobre meus próprios limites também."
Créditos
Imagem principal: Zé Proença