"Quem quer fazer sucesso?"
A atriz Marjorie Estiano e a gerente de marketing do Google Brasil Christiane Silva Pinto pensam sobre o sucesso em diferentes lugares da vida
A atriz Marjorie Estiano e a fundadora do afro googlers e gerente de marketing do Google Brasil Christiane Silva Pinto protagonizaram o debate de abertura da Casa Tpm 2019. As duas discutiram o tema “Quem quer fazer sucesso?”, que começou com uma provocação da mediadora do papo, a jornalista Milly Lacombe: “Em uma sociedade que muito rapidamente se divide em ganhadores e perdedores, como a gente consegue fazer uma sociedade que se baseia não na competição, mas na colaboração?”
Assista ao papo na íntegra:
Para Marjorie, “a ideia do que é personalizado, dessa conexão com você, com aquilo que te faz feliz, que te motiva, a meu ver, já acaba com essa ideia de competição, por que cada uma já vai querer uma coisa muito única”, disse a atriz. “O feminino deveria ser de grande interesse masculino. Seria de grande valia se os homens entendessem um pouco mais, que estivessem aqui na Casa Tpm, por exemplo", ressaltou a atriz.
Christiane também respondeu à pergunta de forma inspiradora: “Dentro do mundo corporativo, achamos que temos que estar sempre crescendo. Hoje, vejo que, independentemente de eu cair, se eu fiquei doente, se terminou meu relacionamento, se eu fui demitida… independentemente das mudanças, ver que eu estou mudando o mundo à minha maneira, todo dia um pouquinho, pra mim é sucesso”
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“E o que é sucesso em uma relação?”, perguntou Milly. “Bom, é onde eu mais sofro com o fracasso”, disse Marjorie, arrancando risos da plateia, para completar em seguida que sofre bem menos em seus fracassos profissionais.
“A gente vai negligenciando coisas enquanto foca em outras, vai negligenciando nossa saúde mental, física e espiritual. Eu me afastei da religião quando entrei na faculdade”, conta Christiane, que completou: “Acho que sucesso é muito mais sobre atingir o equilíbrio. A gente precisa buscar esse equilíbrio, entender que não vai ser tudo perfeito. A vida é feita de fases e a gente também vai trabalhando nessa pessoa que a gente quer ser”.
Na sequência, a conversa seguiu pelo viés da violência, referindo-se ao conceito da meritocracia. "Não vejo a hora de conseguirmos riscar a palavra da 'meritocracia' do dicionário. Meritocracia não existe, é achar que todo mundo pode alcançar algo se você se esforçar, que só depende da sua garra. E era isso que estávamos falando mais cedo sobre perdedores e vencedores, que os perdedores são os que não se dedicaram e os vencedores, os que se dedicaram. Isso não existe. Um conceito sobre o qual temos falado muito é o de equidade. Não somos iguais. Sim, somos seres humanos, temos muitas coisas iguais, mas culturas, vivências… Não adianta a gente dar as mesmas ferramentas para pessoas diferentes", concluiu Christiane.
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Imagem principal: Agência Ophelia