De onde vêm nossas roupas?

Reeducar nossa forma de consumo para reeducar as marcas, aqui vamos nós!

por Nayana Fernandes Chiarella em

Crédito: Pinterest

São tantos os escândalos envolvendo a indústria de vestuário recentemente, - desde inúmeras marcas usando mão-de-obra escrava até mortes de funcionários por descaso e condições precárias das fábricas como a que desabou em Bangladesh e matou mais de 1000 pessoas -, que muita gente passou a examinar mais de perto o processo de produção. Com isso, muitos fabricantes começaram a buscar alternativas que tornassem mais transparente a relação de sua marca com seu cliente, como selos que comprovam que está tudo dentro das normas. A fast-fashion H&M, a grife Tommy Hilfiger e a rede Walmart foram as primeiras a rever suas medidas de segurança e tratamento dado aos seus funcionários. Agora, outras grandes, como a Zara, também acabaram de assinar um acordo adotando esta nova medida. 

Enquanto as marcas tentam se redimir, nós também temos que nos reeducar, certo? Mudar a cabeça e buscar saber que marcas cuidam de seus funcionários e que métodos usam na produção de sua peça para então passar a consumir produtos delas. Claro que não dá pra gente sair fiscalizando todas, mas com a informação que chega a nós, já é um começo para a gente começar a filtrar, certo? E também agora começam a brotar empresas ultra dedicadas à transparência, como a ZADY (www.zady.com/comingsoon), um novo e-commerce de fast fashion que entra no ar dia 27 de agosto.

Tudo o que vender na ZADY, terá seu processo de produção descrito detalhadamente. Eles selecionaram etiquetas comuns no mercado americano e europeu, por exemplo Made in the USA, Locally Sourced, Handmade, High Quality Raw Materials, Environmentally Conscious e Bootstrap Projec. E o que eles querem é dizer desde se o produto atende às normas de cuidado com o meio ambiente, até que pessoas estiveram neste processo. Demais, não? 
 

China - Crédito: http://china.everlane.com

 

Já existem outras empresas que trabalharam desta forma; uma é a californiana Everlane (www.everlane.com), de São Francisco, que tem já na home de seu site o lema "Know your factories. Know your costs. Ask why." ("Conheça suas fábricas. Conheça seus custos. Pergunte o por quê"). A própria Everlane criou um site extra, que visita as fábricas de onde vem suas peças, como o "Everlane explores China" (http://china.everlane.com). Nele, a marca mostra fábricas na China, descrevendo o processo de produção com fotos de funcionários durante o expediente [foto acima].

Outro exemplo bem legal é a Of a Kind, que apóia novos designers e conta toda uma história em torno das peças que vendem, dando detalhes de como e onde foi feita, a quantidade fabricada e por quê do preço. Neste vídeo as próprias donas do e-commerce contam: http://ofakind.com/pages/about 

Sabemos que há ainda muitas irregularidades no setor, e que muitas vezes as medidas tomadas na Europa e nos Estados Unidos, podem ainda não ser medidas tomadas por suas representantes aqui no Brasil. Mas as marcas estão de olho é nas vendas. Se elas caírem por conta das notícias de maus-tratos e salário de fome de seus funcionários ou dos que trabalham em suas empresas terceirizadas, elas bem vão se mexer para mudar isso! Então está nas mãos de quem consome ser mais exigente e mudar o costume do consumo por impulso. Eu também estou me auto-reeducando. Afinal, fomos acostumados a aceitar que pro sistema funcionar tem que ser assim, mas... não tem, né?  

(Fonte: fashionista.com)

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