Exposição apresenta oito intervenções que ampliam o sentido da ocupação da arte
Idealizada pelo ateliê Aberto, de São Paulo, a exposição “Daquilo que me habita” apresenta oito intervenções que ampliam o sentido da ocupação da arte, na área externa do Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília. A Tpm convidou três artistas da mostra para comentar suas instalações e de que forma fariam o mesmo em suas cidades natais
Lia Chaia, 33 anos
O Esqueleto aéreo foi projetado para áreas favorecidas pelo vento. Lia vai estender centenas de bandeiras em varais, com desenhos de partes do esqueleto humano. O observador deverá elevar o olhar, num movimento de ascensão, para perceber a leveza do ar.
Em São Paulo, Lia faria diferente
“Inspirada pelo trabalho Fachadeira, que realizei em 2010 na entrada da galeria Vermelho, usaria grandes telas de nylon na fachada de prédios. Nelas estariam impressas partes do esqueleto humano para expor, em espaço público e ao vento, o corpo, sua estrutura, suas fragilidades, seus ritmos e suas vibrações”.
Carla Barth, 34 anos
Entre os prédios do CCBB, Carla vai construir uma narrativa em preto e branco com seus desenhos, que passam pela mitologia e pelo surrealismo, permitindo ao público um livre fluxo de pensamento.
Em Porto Alegre, Carla faria diferente
“A exposição que vi de Franz Weissmann, no Centro de Artes Hélio Oiticica, no Rio de Janeiro, me inspirou uma maior interação com o público, porque o trabalho dele faz com que você percorra o corpo ao redor da obra. Usaria dez redes coloridas presas entre as árvores do parque da Redenção, para que o público saia do papel passivo e questione: posso usar as redes? Onde está a arte?”.
Isabel Caccia, 36 anos, Córdoba (Argentina)
O Projeto cancán, assim como em Córdoba, será uma intervenção entre as árvores do CCBB. Isabel se propõe a coletar meias-calças de pessoas desconhecidas, no meio da rua. As meias são estendidas nas árvores, para uma ação coletiva da artista com os espectadores.
Em Córdoba, Isabel faria diferente desta vez
“Realizaria uma intervenção artística no Centro Histórico, perto da Manzana Jesuítica. Entre o mercado, os museus e o parque, o barulho de ônibus e carros que saturam o ar com fumaça escura é intenso. Eu daria poros e vida a essa capa opaca. Faria um concerto com canto de pássaros sobre a paisagem popular”.
Vai lá: “Daquilo que me habita” – CCBB – SCES, Trecho 2, Conjunto 22, Brasília, DF. De 24/3 a 13/5