Trip #238: nas bancas!

por Redação

Todos estão surdos? Por que ninguém se entende?

Com o fim das eleições mais exaltadas da nossa história, a edição de novembro da Trip tenta investigar como a raiva e a intolerância tomaram conta dos debates nos últimos meses (e por que afinal escutar o outro parece tarefa cada vez mais inglória). E mais: conversamos com os especialistas em mediação de conflitos Marcelo Freixo, William Ury e José Junior; e desvendamos por que Gabriel Medina está prestes a se sagrar o maior brasileiro da história do surf profissional.

Nas Páginas Negras do mês, Romário solta o verbo. Aos 48 anos e recém-eleito o senador mais bem votado da história do Rio, o ex-jogador fala sobre racismo, Neymar, Dunga, crack, CBF, política, entre outros assuntos. Abaixo, um pequeno aperitivo do papo com o repórter Plínio Fraga:

Trip_Você sempre foi próximo ao Dunga, técnico da seleção, quando era jogador. Você troca ideias com ele? 

Romário_ Ele sabe o que penso. Primeiro de tudo: não era hora de ele voltar ao comando da seleção. Já que voltou, boa sorte, espero que faça um bom trabalho. A CBF é tão atrasada que colocou o Gilmar Rinaldi para ser coordenador de seleções. Não tem a mínima condição de assumir nada. Nem em clube, imagina na CBF. Infelizmente a seleção vai se transformar num banco de negócios. Espero que não, mas é o que vai acontecer. Espero que o Dunga não se meta nisso.

Neymar vai superar Romário? 

Vai. Em relação a gols na seleção, vai. [Neymar tem 40 gols pela seleção, sendo o quinto maior artilheiro. Romário, com 55 gols, é o terceiro, atrás de Ronaldo (62) e Pelé (77).] Mas Romário é insuperável. Vai fazer mais gols, só. Talvez chegue aos mil gols. Mas ser igual a Romário ninguém vai ser, não [risos]. Ele tem tudo para ser maior do que Messi. Messi já está na história de alguma forma. Neymar pode entrar para a história de forma mais completa. Messi talvez nem tenha mais uma Copa para disputar e vencer. Neymar tem mais três ou quatro para disputar.

A política é arte mais difícil do que o futebol porque dá menos alegria?
Este governo do PT não tem dado muita alegria. Todo mundo enriquecendo ilicitamente, prisão que o cara entra hoje e sai amanhã. Nossos velhos sofrem pra caramba com aposentadorias diminuídas pelo fator previdenciário. Os deficientes que recebem o Benefício de Prestação Continuada do governo ganham um terço do salário mínimo. Se roubarem menos na política, meterem menos a mão e elaborarem uma política pública mais direcionada, pode-se melhorar, dar mais alegria ao povo.

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