Mediador ajudou a selar o maior acordo do mundo corporativo brasileiro das últimas décadas
Depois de dois anos de um conflito que parecia não ter fim e que gerava desgaste de imagens, especulações intermináveis e despesas estratosféricas com legiões de advogados e negociadores,em apenas dois meses um homem praticamente sozinho, selou a trégua e construiu o acordo definitivo entre um dos mais icônicos e falados empresários brasileiros, Abílio Diniz, e seu rival, o líder da empresa Casino, Jean Charles Naouri. Uma das mais importantes tretas do mundo corporativo mundial chega ao fim, pilotada por um cidadão pacato , de fala mansa e casado com uma brasileira.
Poucos dias antes de ser contratado por Diniz, William Ury, professor universitário em Harvard e um dos mais experientes moderadores de conflitos do mundo fez a entrevista de Páginas Negras da Trip e antecipou:
"É importante a capacidade de se perguntar: o que é importante aqui? Meu ego? Ou resolver o conflito?"
O antropólogo formado pela Universidade de Yale e pós-graduado em Harvard – da qual é diretor do Global Negociation Project –, passou os últimos 35 anos envolvido em negociações tão encrencadas quanto o conflito entre a Rússia e a Chechênia, a guerra civil que desintegrou a ex-Iugoslávia, o apartheid na África do Sul, a crise entre o presidente venezuelano Hugo Chávez e a oposição que tentou lhe tomar o poder, e muitas outras.
Fora da política internacional, Ury também ganhou prestígio ao mediar negociações relacionadas ao mundo dos negócios, especialmente de empresas familiares ou que passaram por fusões, situações invariavelmente cobertas de conflitos.
