Por: Dandara Fonseca
Imagens: arquivo pessoal/ divulgação

Andrea
Schwarz

Com a iigual, a empreendedora
social luta contra a falta
de acessibilidade e pela
inclusão das pessoas
com deficiência

1998

Andrea Schwarz cursava o
último semestre da faculdade
de fonoaudiologia quando foi
diagnosticada com uma má
formação congênita na medula

Aos 22 anos, ao se submeter
a uma cirurgia, a jovem teve
uma lesão parcial na medula,
que causou paralisia nas
pernas. Da noite para o dia,
ela já não podia mais andar

“É aí que começa a jornada
da Andrea sobre rodas. Desde
o primeiro momento que soube
da paralisia, vi a cadeira de
rodas como uma grande aliada.
Ela não era um ponto final,
mas sim uma vírgula”, diz

Ao retomar as atividades cotidianas,
Andrea percebeu o quanto a cidade
de São Paulo era inacessível para
pessoas com deficiência. Foi aí que
nasceu o “Guia São Paulo Adaptada”

“Notei que o que me tornava
uma pessoa com deficiência era
o meio em que eu estava inserida.
Um país que tem poucas políticas
públicas de acessibilidade e
que acabava me limitando”

2001

O livro desenvolvido com
Jaques Haber, seu marido, foi
o primeiro guia com informações
sobre a acessibilidade dos
estabelecimentos e serviços
em São Paulo

Com o sucesso do projeto,
ela começou a trabalhar como
consultora de inclusão de
diversidade e hoje comanda
a própria empresa, a iigual

“A gente só transforma quando
escuta, entende, convive. Hoje,
já ajudei a incluir mais de 20
mil pessoas com deficiência em
800 grandes empresas”

Além da invisibilidade
de pessoas com deficiência
no mercado de trabalho e na
mídia, a empreendedora social
sente que a sociedade não a
enxerga em sua totalidade 

“Na sigla PCD, as pessoas
costumam me resumir ao D,
de deficiência. É como se,
a partir do momento em que
sentei na cadeira, eu não
pudesse mais ser protagonista
da minha história”

A maternidade sempre foi um sonho
para Andrea e Jaques. Ela encarou
a falta de informações sobre a
gravidez na cadeira de rodas e
hoje é mãe de Guilherme e Leonardo

“Meus filhos são crianças com
muita noção de inclusão porque
tiveram a oportunidade de
conviver com essas questões.
Não é que eles não enxergam
minhas limitações, mas meus
potenciais ficam muito
mais fortes”

Andrea quer trazer o protagonismo
feminino para a pauta. Seu post
usando salto alto ganhou milhões
de curtidas no LinkedIn, rede
em que foi eleita uma das Top
Voices em 2019

“As pessoas acreditam que,
por ser cadeirante, eu não
deveria usar salto alto.
Esse pensamento é muito
enviesado. Eu não perdi
a vaidade quando fiquei
na cadeira de rodas”

Para Andrea, a oportunidade
de conviver com pessoas com
deficiência ajuda a combater
ideias capacitistas e
limitadoras como esta

“Eu não sei se sou uma pessoa
melhor por conta da cadeira
de rodas, mas certamente sou
diferente. Ela me trouxe a
oportunidade de falar sobre
questões que acredito impactar
a vida de milhares de pessoas”

conteúdo que
transforma

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