Na natureza abandonada
Foi a partir das explorações do brasileiro Daniel Pátaro em lugares abandonados de áreas rurais que surgiu o termo “rurex”, vertente menos conhecida do popular movimento global de urban exploration
O movimento urbex, de aventureiros que invadem locais abandonados, normalmente fechados à visitação pública, para conhecer as cidades sob um novo ponto de vista, possui uma faceta ainda pouco explorada: o rurex, dedicado a lugares abandonados em áreas rurais, já tomados pela natureza. O termo foi cunhado pela fotógrafa americana Kelly Micheau depois de assistir aos vídeos feitos pelo fotógrafo e cineasta brasileiro Daniel Pátaro, 37 anos. “Nem eu tinha pensado por esse aspecto”, afirma Daniel. “Mas não curto o urbano. Para configurar a energia da exploração tenho que subir na bike, pegar uma trilha, ver árvore.”
Morador de Campinas, Daniel anda de bicicleta pelas periferias da cidade desde criança, e as ruínas sempre estiveram presentes em seus rolês. “O que mudou é que em 2011 comecei a fotografar e filmar. Vi na internet uns italianos que descobriram umas ruínas romanas e tive a ideia de fazer algo parecido”, diz ele, que criou um blog e um canal no YouTube dedicados ao que continua chamando de urbex, mas com uma pegada diferente – focado na natureza, e não em metrôs, esgotos e prédios fechados há anos.
“Estamos quase aprisionados neste ambiente urbano”, afirma Daniel. “A natureza tem uma coisa de integração: as plantas crescendo dentro das casas, a vegetação se alastrando por todas as partes.” E completa: “Gosto de silêncio. É interessante como demoramos um pouco para nos acostumar com ambientes extremamente silenciosos. Fui para esses lugares mais em busca do silêncio do que das imagens”.
Vai lá: danielpataro.wordpress.com
Créditos
Daniel Pátaro