Um caminho verde

No Projeto Caracol, o casal Felipe e Marina percorre espaços ecológicos a bordo de uma Kombi, conhecendo e praticando a sustentabilidade na América do Sul

por Piti Vieira em

Felipe e Marina Donnini deixaram São Paulo no início de janeiro em direção a Florianópolis a bordo da Kombi Home Asa Branca. Foi na capital catarinense que o casal deu início ao Projeto Caracol, uma viagem pela América do Sul com o objetivo de encontrar soluções para viver em harmonia com a natureza de uma maneira simples, eficaz e confortável. Para isso, eles percorrem áreas rurais em busca de sítios, fazendas e institutos que tenham um trabalho neste sentido e estejam abertos a algum tipo troca – seja de conhecimento, serviço ou monetária.

“Nossa rota é feita de acordo com os trabalhos que fazemos, que são normalmente organização e facilitação de cursos, oficinas e vivências na área da permacultura e bioconstrução. Entre os trabalhos procuramos conhecer os espaços que há no entorno, sempre com o olhar nessas áreas”, conta Marina, que era bióloga da prefeitura de São Paulo, administrando um parque urbano. Já Felipe trabalhava com transporte para executivos. Nos fins de semana, ambos faziam projetos de permacultura e bioconstrução, indo e voltando para a capital paulista.

 

O casal em um dos cursos do Projeto Caracol - Crédito: Arquivo pessoal

Quando compraram a Kombi, tiveram a ideia de transformá-la em uma casa para não precisarem retornar para casa, e assim surgiu o Projeto Caracol. “Antes de sair firmamos uma parceria com uma produtora audiovisual, a Fábula Filmes, para fazer o documentário da viagem. A intenção é transformar o material em um doc de cunho educativo”, conta Felipe. Depois de Florianópolis, a dupla visitou mais de dez espaços em Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais.

Felipe e Marina Donnini, e kombi Home Asa Branca - Crédito: Arquivo pessoal

Agora, eles estão em Lapinha da Serra, no interior de Minas, onde há um trabalho de preservação da cultura de construção com terra. “Temos sido muito bem recebidos. As pessoas inicialmente ficam receosas, precisam ver as coisas funcionarem para acreditar. Mostramos o quanto é bom cuidar da água, dos resíduos, da alimentação. As pessoas estão começando a despertar para ver a importância de viver em harmonia com a natureza”, eles contam. “Basta olhar o que tem acontecido no país: crise hídrica, acidente com barragens. Pode ser um clichê, mas a crise é boa para as pessoas serem criativas e aprenderem a se virar. Talvez seja um caminho.”

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