Pelo fim da guerra às drogas

Google convida Fernando Henrique Cardoso e Julian Assange para debate online

por Luiz Filipe Tavares em

Rola hoje às 16h (horário de Brasília) o debate É hora de acabar com a guerra às drogas, promovido pelo Google com a participação do ex-presidente da república Fernando Henrique Cardoso e do líder da Wikileaks, Julian Assange. FHC tornou-se um advogado do fim da perseguição internacional aos narcóticos, foi capa da Trip #200 (especial Maconha) e estrelou o documentário Quebrando o Tabu, que discute justamente a questão da discriminalização e legalização das drogas pela diminuição da violência envolvendo o combate ao tráfico. Assange também foi capa da Trip, na nossa edição #199, especial controle. 

A discussão será transmitida ao vivo pela internet diretamente do espaço King's Space, em Londres. Um trailer será exibido durante todo o dia no YouTube, o que faz com que o público estimado (segundo o próprio Google) seja de 800 milhões de pessoas espalhadas pelos cinco continentes. A lista de debatedores inclui ainda Eliot Spitzer (ex-governador de Nova York), Richard Branson (executivo da Virgin), Russel Brand (comediante), Neil McKeganey (pesquisador escocês), Peter Hitchens (colunista do Daily Mail) e muito mais. 

Veja trechos do release do evento abaixo

"Em meio ao crescente consenso da necessidade de buscar alternativas à proibição total das drogas, lideranças políticas terão um insight único sobre a opinião pública com o debate “É hora de acabar com a guerra às drogas”, promovido pela Intelligence Squared e pelo Google+ nesta terça-feira, 13 de março, das 16h às 17h30 (horário de Brasília), no King´s Place, em Londres. O debate será transmitido ao vivo para uma audiência inédita em uma discussão sobre política de drogas. De acordo com os organizadores, no dia do evento, qualquer pessoa que entre na página do YouTube assistirá automaticamente um trailer da transmissão ao vivo, atingindo um público online estimado em até 800 milhões de pessoas.

“Há um claro aumento na percepção da sociedade sobre as falhas do atual modelo de enfrentamento das drogas em nossa sociedade”, disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “Não podemos mais admitir os altos índices de violência no México, Brasil, América Central e África Ocidental, os trilhões de dólares investidos nessa guerra sem fim e os obstáculos às políticas de prevenção e redução de danos. Está na hora de a ONU e os chefes de estado se engajarem em um processo construtivo rumo à descriminalização do usuário, regulação de substâncias e programas de saúde pública que podem reduzir a violência além de prevenir e aliviar o sofrimento dos dependentes químicos”, aponta.

Na mão inversa ao debate desta terça, começa hoje em Viena, Áustria, a 55ª Sessão Anual da Comissão de Drogas Narcóticas (CND) com foco em fortalecer o programa de drogas da ONU. Representantes de mais de 100 países discutirão a cooperação internacional para combater as drogas e aplicação do modelo proibicionista. O escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime (UNOCD) vai convidar os delegados a celebrarem 100 anos de controle das drogas.

“Não esperamos mudanças nas convenções da ONU ou mesmo discussões construtivas sobre políticas alternativas para lidar com drogas nessa reunião”, lamentou Ruth Dreifuss, ex- presidente da Suíça e membro da Comissão Global de Política sobre Drogas (CGPD), o mais distinto grupo de lideranças internacionais a pedir o fim da guerra às drogas.

O vice presidente dos EUA, Joe Biden, reconheceu o debate visitando a América Central e conversando com autoridades no início de março para reiterar a posição da Casa Branca em manter o padrão criminal na política de drogas. Presidentes da região, como Felipe Calderón, do México, e Juan Manuel Santos, da Colômbia, concordaram em ir à Guatemala em 24 de março para conversar amplamente sobre o assunto. A reunião irá definir o cenário para a discussão formal que deve acontecer durante a Cúpula Anual das Américas, em Cartagena, na Colômbia, em abril."

Vai lá: www.youtube.com/versusdebates

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