Alegria, Alegria
Vereador do Rio Grande do Norte quer que Viagra seja gratuito para os impotentes locais
por Alessandro Meiguins, enviado a Caicó [RN]
Baixinho, com a pele branca corada e um sorriso largo no rosto rechonchudo, Leleu garante que o que pede é para o bem do povo. Pudera: Dilson Fontes, o Leleu, é vereador da pequena cidade de Caicó [RN] e apresentou à Câmara Municipal um projeto de lei pioneiro que prevê a distribuição gratuita de Viagra para todos os caicoenses que sofrem de disfunção erétil. Ele garante que não é impotente. Mas tem muitos por aqui que são, não admitem e batem nas mulheres por causa disso, diz.
Leleu, do PDT, tem 38 anos e se notabiliza por suas idéias que, digamos, fogem do convencional. A primeira, de 2001, foi a obrigatoriedade do exame de próstata [toque retal] para os servidores da prefeitura. Três anos depois, bolou a Patrulha Gay, um serviço de segurança para proteger homossexuais que estavam sendo atacados na cidade ? três foram mortos a pauladas na época. Apesar do plano [que assim como o de 2001 não foi aprovado], ele jura, bravo, que não é gay: Sou muito bem casado e tenho uma linda filha de 7 anos.
O projeto Viagra está tramitando na Câmara, de dez vereadores.A pílula azul vai salvar essa gente, afirma Leleu. Pelo que ouvi, ela ?enverniza? o dito, que não arreia nunca, e dá uma imensa satisfação à mulher. Se o projeto for aprovado, o vereador promete que vai experimentá-la. Imagine a intensidade, suspira.
Por que esse projeto, Leleu?
A impotência causa sérios estragos na auto-estima do homem e pode levar à depressão e ao alcoolismo. Além disso, a pílula é muito cara [uma de 50 mg custa, em média, R$ 23].
Você é patrocinado pela Pfizer [laboratório do Viagra]?
Não, não. Olhe, eu tive conversando com um senhor que disse que teve gastrite de tanto comer amendoim e canela para levantar o dito e não obteve sucesso. Estou oferecendo uma solução para ele.
Você já experimentou a milagrosa pílula azul?
Ainda não, mas dizem que as orelhas esquentam [risos]!
E, se não levantar lá embaixo, a orelha fica dura?
Rá, rá, rá, rá, rá, rá...