Sarah Oliveira
"Na Globo eu aprendi a fazer TV de verdade, na MTV era meio como pedir mesada pro pai"
Nesta semana, a convidada que veio aos estúdios do Trip FM é Sarah Oliveira, apresentadora com doze anos de experiência na televisão que ficou famosa a frente do Disk MTV, antes de passar um bom tempo como repórter do Video Show, da TV Globo. Depois da passagem de sucesso, ela agora apresenta o Viva Voz, no GNT, e é uma das figuras mais queridas da programação do canal a cabo. Aqui no Trip, ela falou sobre a carreira, relacionamentos e seu jeito contagiante de ser.
"Eu sou muito agitada, de verdade. As pessoas acham que eu sou ansiosa, mas eu sou é agitada. Eu me emociono com as pessoas. Eu tô aqui olhando a capa da Tpm com a Fernanda Montenegro e pensando: 'cara, ela tá me olhando! Que lindo!', então eu tenho isso. É cansativo? É. Eu me canso de mim desse jeito, né?", ela brinca, comentando o período que ficou fora do ar entre 2009 e 2010. "Então eu tenho esses meus momentos melancólicos. O que aconteceu foi que minha mãe teve uma embolia pulmonar e isso foi muito forte. Tudo o que mexe com a nossa mãe é muito complicado. Eu faço análise freudiana desde os 17 anos, sou filha de psicanalistas, então eu sei bem. Foi um susto."
Sarah começou no rádio, quando tinha 17 anos, na hoje transformada 89FM. "O rádio é uma escola", ela comenta. "Ali a gente põe a mão na massa de verdade. Foi lá que eu aprendi a fazer edição, foi lá que eu aprendi a fazer pauta, pesquisar sobre as pessoas... E foi lá que eu aprendi sobre rock and roll mesmo. Essa parte musical da minha vida eu devo muito ao rádio. Lá eu também a prendi a me comunicar com os outros. Eu adoro rádio, escuto sempre."
"Na Globo que eu aprendi a fazer TV de verdade", continuou. "Na MTV tinha essa coisa, era meio como pedir mesada pro pai no final do mês. Eu sempre brincava com isso. Era muito legal trabalhar na MTV, sempre foi meu sonho trabalhar lá. Até o meu último dia de Video Show na TV Globo, eu era a Sarah da MTV que está no Video Show. E eu nunca tive problemas com esse parêntese, ser a Sarah da MTV, eu sempre tive muito orgulho disso. Só agora, doze anos depois, é que eu virei a Sarah Oliveira, que nem é do GNT, nem da Globo, nem da MTV."
"Eu acho emocionante entrar no universo do outro. Isso me instiga muito"
Sarah comentou também o gosto que tem pelo ofício de entrevistadora. Em seu novo programa, ela tem a chance de falar com personagens de diferentes áreas e, literalmente, entrar a fundo no mundo de seus entrevistados.
"Eu acho emocionante entrar no universo do outro. Isso me instiga muito. Eu sempre tive isso, seja com os meus amigos, quando eu era pequena eu entrevistava as amigas da minha mãe, conversava com os meus irmãos, que são de outras gerações, e é muito legal você poder entrar nesses universos distintos. E ao mesmo tempo isso é uma responsabilidade. Você não pode chegar com o pé na porta, você não pode invadir. Mesmo porque esse nem é o meu intuito"
Respondendo às perguntas enviadas pela redação da Tpm, Sarah brincou com a fama de xavequeira e falou sobre seu relacionamento com o maridão Thiago, com quem se casou em 2005. Ela comentou a pressão para engravidar, as dificuldades da fidelidade e sobre o gosto que sempre teve por relacionamentos longos.
"Eu sempre fui namoradeira. Então na 89, na MTV, e na Globo eu estava namorando. E sempre namoros longos. E desde 2001 eu estou com o Thiago, que hoje é meu marido. Eu casei com ele em 2005. E eu casei pela balada, né? Casei pra poder fazer a festa. Para mim isso não quer dizer nada: casar. A gente queria fazer uma festa, então casamos e fizemos a balada. Essa coisa da instituição família me dá um pouco de urticária. Já tive problemas com a pressão para ter filhos, mas hoje eu vejo isso como a maior caretice. Acho que é um problema da mídia, que valoriza muito a mulher grávida, e parece que você só vai descobrir um amor incondicional uma vez que você tenha um filho."
"Mas eu não gosto da palavra fiel. Me lembra coisas de religião", discute. "Eu gosto é de lealdade. Acho que você tem que ser leal ao seu sentimento e ao sentimento do outro. Esse papo careta de fidelidade eu não curto e também não acredito. Eu acredito na lealdade, no amor de verdade, na dignidade da relação. E eu tenho um puta de um parceiro legal."