Bruno Mazzeo: fora da Globo e feliz no teatro

Pela primeira vez longe da emissora onde trabalhou por três décadas, ator debate sobre cinema, jornalismo e a nova forma de fazer humor na internet

por Redação em

"Estou me aproximando dos 50 e vendo tudo o que aprendi dando uma balançada forte. E aí eu me pergunto: eu ainda sirvo nesse lugar? As pessoas que encontraram o seu espaço para se comunicar na internet falam muito diretamente com esse público, sobretudo o mais jovem. Essa é grande questão: como se adaptar a isso e aceitar sem julgamento", reflete o ator Bruno Mazzeo. Em uma conversa com o Trip FM, o roteirista e humorista conta sobre sua experiência "na selva", referindo-se ao primeiro trabalho fora da Rede Globo. 

Seu projeto inaugural é a peça teatral "Gostava Mais dos Pais", em cartaz em São Paulo, no Teatro Porto Seguro (sexta e sábado, às 20h, domingo, às 17h). Ao lado do tamabém ator Lucio Mauro Filho, o artista analisa, neste espetáculo, as vantagens e desafios de ser filho de uma personalidade famosa — Bruno é filho do eterno humorista Chico Anysio, falecido em 2012.

 "Nunca foi um fardo, talvez porque tenha construído uma carreira diferente a do meu pai, com um estilo de humor único. Pelo contrário, sempre foi motivo de orgulho, e, por isso, permito-me brincar com isso, inclusive com o fato de as pessoas na rua frequentemente expressarem sua preferência por meu pai, o que acho totalmente justo. É claro, eu também prefiro." 

Na conversa, Bruno aborda temas como cinema, críticas, jornalismo, humor na internet e muito mais. A entrevista completa você escuta aqui no site da Trip ou no Spotify.

Bruno Mazzeo na peça teatral "Gostava Mais dos Pais", atualmente em cartaz em São Paulo, no Teatro Porto Seguro (sexta e sábado, às 20h, domingo, às 17h), ao lado de Lucio Mauro Filho - Crédito: Francio de Holanda

Trip. Como você analisa o momento da produção audiovisual no Brasil?

Estamos passando por um momento delicado, por isso é fundamental a lei da cota de telas para o streaming, isso foi feito lá atrás com a TV a cabo e foi maravilhoso. Por que vai se gastar milhões produzindo aqui se é muito melhor comprar os direitos de um time da Copa do Brasil e isso vai gerar mais assinantes? Essa lei é o que vai sacudir o mercado.

Como você define o seu humor? É um humor carioca, um humor de classe média?

Como criador, naturalmente escrevo em cima do universo que eu conheço. Coisas cotidiana acabam sendo em cima do meu olhar, é inevitável. Alguém me escreveu: “Pô, mas é sempre o olhar do branco da Zona Sul?”. É o que eu posso oferecer.

E sobre esse novo humor das redes sociais. Isso o assusta de alguma forma?

Estou me aproximando dos 50 e vendo tudo o que aprendi dando uma balançada forte. E aí eu me pergunto: eu ainda sirvo nesse lugar? As pessoas que encontraram o seu espaço para se comunicar na internet, falam muito diretamente com esse público, sobretudo mais jovem. Não sei se eu conseguiria me comunicar dessa forma. Essa é grande questão: como se adaptar a isso e aceitar sem julgamento. É um grande perigo do artista ficar rancoroso com o jovem que vem chegando. Eu vou ter que me encaixar aí.

Bruno Mazzeo - Crédito: Fernando Young Brasileiro (@_fernandoyoung_)

 

Créditos

Imagem principal: Fernando Young Brasileiro (@_fernandoyoung_)

Arquivado em: Trip FM / Comportamento / cinema / Humor / Teatro