O poder da conexão para lidar com transtornos mentais
O Brasil tem o maior número de pessoas ansiosas do mundo. O cientista Daniel Martins de Souza e a atriz Maria Ribeiro discutem como quebrar esse ciclo com conexão e informação de qualidade
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde de 2019, o Brasil tem o maior número de pessoas ansiosas do mundo: 18,6 milhões de brasileiros. Isso quer dizer que 9,3% da população sofrem do transtorno. Quando o assunto é depressão, a notícia não é muito melhor: a doença atinge 5,8% da população. Isso significa que quase 12 milhões sofrem desse mal. O pior é que, mesmo com números tão altos e consequências tão graves para o indivíduo, para sua família e para sociedade, os transtornos mentais ainda são cercados de muitos mitos, ignorância,tabus e muita vergonha.
Pra quebrar esse ciclo, conexões e acesso à informação de qualidade são essenciais. Para falar sobre isso, Stevens Rehen recebe Daniel Martins de Souza, biólogo e especialista em metabolismo, e a atriz e escritora Maria Ribeiro para uma conversa franca e aberta.
Daniel desenvolve projetos para entender melhor as especificidades do cérebro de pacientes que sofrem de esquizofrenia e depressão, ajudando na compreensão da biologia desses distúrbios. “As desordens psiquiátricas são as mais debilitantes da humanidade. Uma pessoa que tem depressão e esquizofrenia pode perder até 30 anos da vida dela de maneira improdutiva, não só do ponto de vista econômico, mas social também. Isso não acontece com uma pessoa que tem câncer, por exemplo, ou com uma pessoa que tem doenças cardiovasculares. Elas são sim privadas com um tempo de tratamento, mas, no geral, os tratamentos são mais efetivos, mais assertivos, muito porque a gente investe em entender como essas outras doenças acontecem”, afirma.
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Na conversa, a atriz e escritora Maria Ribeiro também falou da sua luta contra a ansiedade e síndrome do pânico e da experiência em abordar esses assuntos na televisão com leveza e transparência, ajudando a desmistificar o tema e a melhorar a forma como a sociedade acolhe quem sofre desses males. "Eu vou dizer que eu sou incrível? Eu não. Vou contar das minhas fraquezas, que depois você consegue até transformar em arte, em uma ferramenta de força”, conta Maria, que também acredita que a ciência aproximar seu discurso do da sociedade para que as pessoas percebam sua utilidade. "Uma das maneiras da gente atrair as pessoas é que elas vejam utilidade no discurso. A ciência é útil pra gente o tempo inteiro. A gente não vive sem ciência”, reforçou.
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