Fotógrafa entendeu a
força da estética negra,
subverteu preconceitos
e transformou tudo em arte

Por: Giulia Garcia
Fotos: Helen Salomão

A revolução
de Helen
Salomão

Corpos reais, sem produções,
são empoderados pelas lentes
da baiana. “Quando vou fazer
um ensaio, faço com que
o outro fale”, diz

Foi durante seu processo
de transição capilar que
Helen, que cresceu na
periferia de Salvador,
comprou uma câmera e começou
a descobrir a fotografia

“Comecei a perceber que a
minha estética era política
também”, conta ela, que,
por meio de um curso de
artes e tecnologia, se
consolidou como artista

“A Oi Kabum era uma instituição
que, para além de técnica,
discutia sobre o nosso
posicionamento, sobre
o que a gente pensava”

Gorda Preta foi o projeto
que fez com que as pessoas
a conhecessem. Inspirada em
sua mãe, decidiu mostrar a
diversidade dos corpos gordos

“Busco ângulos e cores
para mostrar que essa mulher
tem poder e que ela ligou
o foda-se pra você que
não aceita o corpo dela”

Em sua mãe, ela viu
o impacto do trabalho
artístico. Ela costumava
dizer que Helen era branca
por seu tom de pele mais
claro, mas mudou de opinião

“O ato de revolucionar
está perto de você.
Não adianta querer
revolucionar pro mundo
se os seus ainda estão
em processos doentes”

Na fotografia, Helen Salomão
encontrou sua revolução.
Suas lentes contam o que
vive e se voltam também
para os corpos que são
invisibilizados

é outra
conversa.

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