Fotojornalista
documenta a vida de
grupos historicamente
marginalizados

Fotos: Tuane Fernandes

A fotografia
afiada de
Tuane Fernandes

Tuane Fernandes cresceu na
periferia de Taboão da Serra,
em São Paulo, e descobriu na
fotografia uma forma de jogar
luz em temas espinhosos

A fotógrafa já contribuiu
com publicações como Folha
de S. Paulo, National Geographic, El País
e Al Jazeera

Depois de fazer um curso
técnico em fotografia,
ela passou a cobrir as
manifestações que pediam
pelo impeachment da ex-
presidente Dilma Rousseff

Em 2017, entrou para a
Agência Farpa, que reúne
fotógrafos que se debruçam
sobre temas ligados à
defesa dos direitos humanos

“Entendi que queria ser
fotojornalista e trabalhar
com fotografia documental.
A ideia é sempre levar
uma visão ampliada sobre
os assuntos”, diz

“Minhas referências são Nair
Benedicto, porque ela se envolve
com as causas que fotografa,
e João Alberto Ripper, mestre
da fotografia humanista”

Em 2019, documentou a Marcha
das Mulheres Indígenas,
em Brasília, com um olhar
voltado para a espiritualidade
manifestada por elas

No mesmo ano, passou
a acompanhar festas, jogos
e projetos sociais da Gaviões
da Fiel, torcida organizada
do Corinthians

“A questão das torcidas
organizadas ainda é
criminalizada, associada
à violência. Com a minha
foto, eu quero tirar a visão
negativa sobre a Gaviões”

“Ser mulher e fotojornalista
é arriscado. Mesmo trabalhando
com fotografia de direitos
humanos, é uma ilusão achar que
não vou sofrer com o machismo”

Tuane também registrou
a cultura dos Bate-Bolas,
grupos dos subúrbios
cariocas que saem no Carnaval
vestidos de palhaços

“Eles são marginalizados
porque alguns grupos saem pra
brigar no carnaval. Eu tento
não reproduzir estereótipos e
mostrar a riqueza dessa cultura”

“O fotojornalista sabe para onde
aponta a câmera e eu escolho
apontar para o que mostra quem
são aquelas pessoas, de verdade”

é outra
conversa.

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