Mulheres que usam a palavra
e os versos como arma para
transformar olhares e
construir novas narrativas
na literatura brasileira
Por: Carolina Delboni
Imagem: João Pinheiro e Sirlene Barbosa 9 escritoras
periféricas
para conhecer
Lu Ain-Zaila
Começou a escrever quando se deu
conta de que só ela poderia preencher
o vazio que sentia. De Nova Iguaçu
(RJ), escreve literatura
afrofuturista, movimento que
levou aos centros acadêmicos
Crédito: arquivo pessoal/ divulgação
“Ser uma mulher negra
escrevendo é libertador.
Sair do chão periférico,
que é continuamente
desacreditado em ter
poder, é incrível”, diz
Dinha Maria Nilda
Nascida em Milagres (CE), escreve
desde os 12 anos e sua literatura
foi da prosa de um diário adolescente
para a poesia da mulher adulta
Crédito: Marcio Salata/ divulgação
“A literatura me ajuda
a travar batalhas necessárias: quando leio, eu fujo; quando escrevo, enfrento”, define
Laura Beatriz
Mineira de Contagem, descobriu na
palavra sua arma de defesa. No projeto
Dandara, revela as diversas facetas
femininas, da solidão à criminalização
Crédito: arquivo pessoal/ divulgação
“Não escrevo para mim,
e sim para que a dor,
que de alguma forma é
silenciada, possa ter
voz e gritar pedindo
liberdade”, conta
Nina Rizzi
A escritora, que vive em Fortaleza
(CE), luta para protagonizar mulheres
poetas negras, especialmente as que
vivem na periferia, e tem seis
livros publicados
Crédito: Mariana Botelho/ divulgação
“São inúmeras as pessoas
que, ao começar a ler,
escrever, recitar,
mudam seu olhar, suas
referências e seus
heróis”, diz
Lilia Guerra
Começou a escrever na infância,
mas foi só quando soube a identidade
e o paradeiro do pai que colocou pro
mundo o que, até então, era dela.
Essa história se transformou
em seu primeiro livro
Crédito: arquivo pessoal/ divulgação
“A marca que tento
imprimir ilumina os perfis
dessa gente que passa
despercebida, mas que não
apenas sofre”, conta
Elizandra Souza
Começou escrevendo diários na
adolescência até que, em 2001,
resolveu poetizar. Tem dois livros
autorais publicados e, recentemente,
lançou seu primeiro de prosa
Crédito: arquivo pessoal/ divulgação
“Sempre penso em projetos
que possam agregar mais
escritoras negras, pois
em muitas ações culturais
as mulheres negras são
invisibilizadas”, explica
luna
Sua poesia tomou forma e corpo na
rua e se transformou em militância.
Moradora de Recife (PE), fala da
ancestralidade, da nossa história
silenciada e invisibilizada
Crédito: Rennan Peixe/ divulgação
“Poesia é a vida
e se tornou minha
forma de abraçar
e amar as pessoas.
De me comunicar
e de existir”
Mika Andrade
Nascida em Quixeramobim (CE),
começou a escrever na adolescência
com diários, sempre para fugir
da solidão, e já tem dois livros
de poemas publicados
Crédito: arquivo pessoal/ divulgação
“É preciso se impor
diariamente e mostrar
o significado da nossa
existência, e isso eu
faço com literatura”
Bruna Mitrano
Crédito: Alberto Pucheu/ divulgação
Na infância a fluminense só
conhecia um livro: a Bíblia.
Começou a escrever bem mais
tarde, quando surgiram os
blogs, e se descobriu poeta
“Meu desejo é que
a literatura ‘periférica’
não seja periférica,
seja literatura”, diz
é outra
conversa.
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