Viajar é uma arte

Arrume um destino, separe sua menor mala e capriche na leitura de guias de viagem

por Tania Menai em

Arrume um destino, separe sua menor mala e capriche na leitura de guias de viagem. Um viajante de verdade sabe tudo sobre o país escolhido e não hesita em descobrir lugares novos

Embarco hoje para a Europa, onde tenho dois casamentos e, espero, nenhum funeral. E isso me faz pensar sobre o quanto uma pausa na rotina é necessária em nossas vidas. Jamais um luxo. Uma viagem, perto ou longe, tem o poder de te tirar do chão. E isso é ótimo. Porém, existem várias maneiras de viajar, e a forma como cada um viaja revela um pouco de sua personalidade. Conheço gente que não viaja. Conheço outros que só viajam. Uns chegam ao destino e não param de comparar a cidade em questão com a cidade natal (ou seja, viajam fisicamente, mas não mentalmente). Tem aqueles que apelam para ônibus de excursão (conheço um casal mais velho que faz isso). E tem os que, na minha opinião, são profissas no assunto. Sabem viajar. E saber viajar é como saber cozinhar, saber costurar, saber pintar. É uma habilidade, uma arte.

De mala e cuia
Em primeiro lugar, a mala deve ser a menor possível.Você precisa de muito menos coisas do que imagina. Lembre-se também que não se pode ir no espírito eterno da comparação. Cada cultura é uma cultura. Leia bastante antes de embarcar. Minhas viagens, por exemplo, começam no chão da livraria Barnes & Noble. Sento lá e fico horas – sempre compro o guia The Rough Guide. Escrito por ingleses, os caras não erram e te dão dicas reais,em vez de recomendar subidas no topo de igreja ou de estátua.É importantíssimo deixar hotéis reservados, para economizar e não ficar na roubada numa noite de nevasca. Ou em qualquer outra. O mesmo vale para restaurantes nos quais você sabe que quer jantar. Reserve de casa. Melhor ainda: descubra restaurantes locais, autênticos, e não apenas os “badalados” ou turísticos.Você poderá se surpreender.

Ande pelas ruas, converse com as pessoas, visite museus (e não apenas as lojinhas deles). Estude inglês. Espanhol também ajuda. E, se você falar francês, sua viagem às colônias francesas, como Marrocos, serão 80% mais ricas – em vez de apenas ver, você poderá absorver a cultura local. Ao voltar da França para o Brasil, recentemente, meu pai testemunhou três mulheres brasileiras no avião, empetecadas com roupas e bolsas de marcas caríssimas. Mas elas não sabiam responder o básico de inglês quando abordadas pelo comissário. Há coisa mais cafona e triste? Talvez uma bolsa daquelas pagasse um curso anual de inglês. Mas ter a mentalidade de um viajante de verdade... isso é impagável.

Vai lá:
www.roughguides.com

Tania Menai é jornalista, mora em Manhattan há 12 anos e é autora do livro Nova York do Oiapoque ao Chuí, do blog Só em Nova York, no site da Trip, e também do www.taniamenai.com

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