Valter Hugo Mãe
O autor angolano fala da importância do feminino em seu trabalho e sobre seu novo livro
Novo livro de Valter Hugo Mãe narra a história de uma garota de 11 anos após a morte da irmã gêmea. À Tpm, ele fala da importância do feminino em seu trabalho
Em seu sexto romance, A desumanização, o escritor português Valter Hugo Mãe propôs-se a escrever – em primeira pessoa – a história de Halla, uma menina de 11 anos que acaba de “perder para a morte” a irmã gêmea. “Gêmeos parecem estar privilegiadamente acompanhados no mundo. Com a perda de um, ficarão no cúmulo da solidão”, afirmou o autor à Tpm. O trauma de Halla tem como cenário, mais ainda como “personagem excêntrica”, a Islândia.
A experiência de criar a protagonista acabou sendo um desafio de entender a si mesmo.“Procuro encontrar em alguém tão diferente uma universalidade que diga respeito à toda a humanidade. Uma menina é, ainda assim, um reduto de universalidade”, explica. Em comum, ele e a personagem têm a necessidade de imaginar um irmão morto. O irmão do escritor, Casemiro, morreu com 1 ano de idade, antes de Valter nascer. “Precisei imaginá-lo muito para gostar dele.”
Assim que começou a publicar seus romances, o autor português adotou o sobrenome Mãe. A importância do feminino em seu trabalho e o novo nome ele justifica com seu “extremo” interesse em entender as mulheres. Segundo ele, nenhuma experiência é mais próxima do milagre quanto a de ser mãe. “Estou convencido de que Deus é menina.”
Vai lá: A desumanização, Cosac Naify, R$ 34,90