Todos juntos somos fortes
Em relação aos ataques homofóbicos das últimas semanas ativistas gays afirmam: se esconder não é a melhor estratégia
Medo de sair na rua e dar de cara com uma gangue de neonazis? Normal. O pânico aumenta se você é gay. Mas, segundo ativistas ouvidos pela Tpm, não é hora de fugir. É hora de se unir e lembrar da canção que diz: “todos juntos somos fortes”
Você é gay e está com medo de sair na rua em São Paulo? Você é menina e está com medo de sair com seus amigos gays e ser pega por um grupo de neonazi? Ou de andar de mão dada com a sua namorada? Normal. O número de agressões contra gays na região do centro de São Paulo é indignante. E cada vez que a gente lê sobre mais uma noticia, além de ficar revoltado, fica assustado. Somos humanos, não é?
Será que se esconder ou se trancar no armário é a melhor saída? Ativistas ouvidos pela Tpm discordam. “Você não deve fazer nunca o jogo do agressor, pois é isso o que eles querem”, diz Vitor Angelo, autor do Blogay, da Folha de S. Paulo. A melhor estratégia, para ele, é denunciar. Chamar socorro. E não se intimidar. “Você tem que exigir mais policiamento, ir para a rua e, se ver algum caso na rua, ajude, denuncie.”
O jornalista João Luiz Vieira concorda. “Quem é mais destemido pode começar se indignando, compartilhando informações e cobrando ações efetivas das autoridades. E ir para a rua nas manifestações. O volume de pessoas assusta o agressor, geralmente covarde. E para quem tem mais medo. Posicione-se pelo menos com os seus amigos, na sua casa, isso já é um começo para começar a agir.”
"Posicione-se pelo menos com os seus amigos, na sua casa, isso já é um começo para começar a agir", João Luiz Vieira
Outro que bate ponto nas manifestações anti-homofobia, o jornalista James Cimino, vai no mesmo caminho. “Use os seus músculos e aprenda a se defender. E também tenham mais consciência de classe. Se você vir alguém sendo atacado, ajude, defenda.”
Claro, o mesmo vale para qualquer pessoa com um pouco de... humm, amor no coração. Precisa ser gay para ajudar um cara ou uma menina que passou por uma situação traumática? Claro que não. “Outro dia estava com uma amiga em um bar da Augusta e entrou um menino todo machucado. Ajudamos na hora e depois ele contou que era um crime homofóbico. O que me emocionou é que todo mundo do bar se solidarizou e ficou revoltado com a agressão”, conta a produtora musical Silvana Ramalhete.
Em todos os casos, é só lembrar da música dos Saltimbancos: “Todos juntos somos fortes, somos ferro e somos fogo. Ao meu lado há um amigo que é preciso proteger.”