Sozinha no palco
A atriz Drica Moraes estréia seu primeiro monólogo
A Ordem do Mundo, de Aderbal Freire Filho, no Teatro Clara Nunes – r. Marquês de São Vicente, 52, RJ, (21) 2274-9696. Até 30/6
Por quê? Imagina ter que segurar a atenção de uma platéia de 700 pessoas, sozinha e durante mais de uma hora. A atriz Drica Moraes não só estreou seu primeiro monólogo, A Ordem do Mundo, no Festival de Curitiba, em março, como despertou boas risadas do público, principalmente o feminino. Com a casa cheia (os ingressos esgotaram em dois dias), ela encarou um público formado por jornalistas, atores, estudantes, seu marido, entusiastas e o diretor da peça, Aderbal Freire Filho. Helena, a personagem, tem como profissão organizar pilhas e mais pilhas de notícias. Em meio ao caos de seu local de trabalho, ela é também o próprio caos. Uma mulher ora calma: de pernas cruzadas, cabelo perfeito e fala pausada, ora completamente atordoada: cabelos desengonçados presos no alto da cabeça, filosofia de boteco, falas enlouquecidas, antidepressivos, namorados que teimam em não ligar e desabafos sobre homens que nem sequer colocam o lixo pra fora de casa. E Drica, sem ser Helena – ou Helena mesmo –, segura a platéia com uma verdade que faz com que fique difícil decifrar se quem reclama por uma unha quebrada no meio do espetáculo é a personagem ou a atriz num momento de improviso.