Sangue de Knowles tem poder
Em show curto mas encantador, a cantora e compositora Solange conquista a plateia do Cine Joia
Com um mix de Brandy, Janet Jackson, Donna Summer e Diana Ross, a cantora Solange passa longe do estilo de sua irmã mais velha. E ontem, ao se apresentar no Popload Gig, no Cine Jóia, mostrou que já passou da hora de insistirem no título "a irmã da popstar Beyoncé". Solange é Solange. Embora com as mesmas influências black da irmã, Solange escolheu o lado B do R&B, pulos desengonçados e passinhos ensaiados com sua banda, a dezenas de trocas de roupas e um exército de dançarinas de maiô e salto alto a acompanhando.
E mesmo carregando o poderoso sobrenome Knowles, a humildade e timidez de Solange prevalecem: "A gente grava um disco e acaba não tendo idéia de que ele alcançou tão longe. Estou surpresa por virem e demonstrarem tanto carinho!" disse logo no início do show, dando o devido valor a cada pessoa da platéia que ajudou a lotar a casa. E ao mesmo tempo em que cantava, interagia intensamente com os fãs do gargarejo; recebendo flores, experimentando os óculos de um deles, autografando fotos e respondendo muitas vezes os fervorosos com o famoso "I love you too" ("eu também te amo").
Pena que o show foi curto. Durou 1 horinha cravada no relógio, e apesar de ter cantado os minihits "Losing You" (do EP "True") e "T.O.N.Y" (de seu segundo disco, "Sol-Angel and the Hadley St. Dreams"), a platéia esperava muito a faixa "I Decided" (também do segundo álbum), que acabou não entrando no pequenino setlist. Mas valeu a passagem por aqui, e a aguardamos de volta com um repertório maior e mais uma comprovação de que sangue de Knowles tem poder, do mainstream ao lado B.
(*) Nayana Fernandes Chiarella é produtora, figurinista e escreve no blog Figurination https://revistatrip.uol.com.br/blogs/figurination