Recém-juntada

E quando a relação não é nem casamento, nem só namoro? Raíssa Kahn, do blog Recém Juntada, dá dicas

por Natacha Cortêz em


Aos 18 anos, Raíssa Kahn, 30, deixou o Rio de Janeiro a trabalho e Curitiba passou a ser seu novo lar. “Independente e workaholic convita", podia parar onde o vento a levasse por causa da carreira. Essa era ela aos 18, dando seus primeiros passos pra fora da casa dos pais e nada, ou quase nada, desviaria seu caminho. Bem, não foi como o planejado, depois que conheceu e se apaixonou por Gustavo.

Com o namorado vivendo na capital paulista e longas jornadas para os encontros nos fins de semana, os dois decidiram ter uma vida juntos. “No início de 2010 eu também buscava outros desafios profissionais e pedi transferência para o escritório da empresa em São Paulo. Assim, eu podia unir o útil ao agradável: evoluir profissionalmente e morar com meu amado.”

Três anos depois, Raíssa não esconde: “Hoje digo que nenhum de nós estava preparado para morar juntos, e nem era bem isso que queríamos. Na tentativa de nos vermos com mais frequência, acabamos metendo os pés pelas mãos e demos um passo maior que a perna.” Mas agora a carioca e o “namorido” estão muito bem, obrigada. O início da união foi bem complicado e até engraçado. Minúcias do dia a dia, descostumes, aprendizados e paciência foram intrínsecos a convivência. “Conversas francas também!”, conta. Mas, “tudo se arranjou”.

No meio de toda a experiência, a engenheira de produção teve a ideia de criar, por diversão mesmo e vontade de falar, o blog Recém-Juntada. Por lá, ela dividiu e ainda divide todos os tropeços e prazeres de assumir um compromisso que não é casamento, mas também não só namoro.

Aqui na Tpm, a convidamos pra entregar uma série de dicas, das mais práticas e chatinhas como o certidão de união estável, até aquelas de consultório sentimental. Tudo opinião de quem está nesse barco há um tempo. 

Contas juntas ou separadas? Temos contas separadas. Cada um paga exatamente metade de todas as contas do mês e não controlamos os gastos um do outro. A decisão foi a melhor opção para ambos, uma vez que ele se manifestou contrário ao fato de eu ser cristã e dizimar 10% do meu salário bruto. O dinheiro é meu, a fé é minha, pago o que eu quiser e somos superfelizes assim. Já compramos num apartamento em conjunto, e somos sócios 50/50. Até agora, nossa vida financeira segue bem e calma. Digo, nenhum drama.

Negocie antes seu espaço.  Quando fui morar com ele em nosso micro apertamento negociamos a divisão dos armários antecipadamente, mas ainda assim confesso que não funcionou nada bem porque ele não entende certas questões. Por exemplo: porque tenho mais roupas, sapatos e cremes do que ele. Por isso, dimensione suas coisinhas antes de jogar tudo no meio da sala (ou no armário dele!), e se necessário procure um lugar maior, onde as coisas dos dois podem se acomodar.

Vale a pena pedir a certidão de união estável? Eu particularmente não quis pedir união estável. Primeiro porque eu estava em processo de tirar a segunda cidadania e para isso precisava ser filha solteira do imigrante. Mas mesmo agora depois de ter conseguido, não vejo grandes benefícios (a menos que ele tenha o melhor plano de saúde do universo). A lei já nos protege de qualquer jeito por tempo de união (com ou sem certidão), e como no meu caso ganho mais do que meu cônjuge, falar de pensão nem seria interessante.

Se for adquirir coisas, pense como uma sociedade Desde que fomos morar juntos, trocamos de televisão, hometheather, computador, etc. Se apenas um pagou, na hora da separação tenha em mente que será de quem pagou. Agora, se foi comprado em conjunto, como no caso do nosso apartamento, tenha em mente que toda decisão (como venda e/ou assumir parte da dívida) deve ser tomada em conjunto. Por isso sugiro manter as continhas separadas pra nessa hora não dar briga de quem pagou mais, ou quanto mais.

Se quiser casar um dia, FALE!  Não é feio sonhar em entrar na igreja de branco com véu, grinalda, bolo e buquê. É puramente opção. Pode não ser exatamente o sonho de vida do seu digníssimo, mas conversando e justificando seus motivos fica mais fácil de entrar num acordo. Eu mesma, tenho vontade de me casar e o namorido sabe bem disso!

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