Raspa do tacho da paquera
O objetivo era enganar um encalhado para fazer uma reportagem, mas ele me esnobou
Poucas pessoas passam pela experiência de ser esnobada por um cara que, de tão encalhado, criou um site tentando achar alguém. Eu consegui essa proeza. Meu objetivo era enganá-lo para fazer uma reportagem. Mas acho que ele não desconfiou disso e simplesmente me dispensou
Nunca fui “atriz de filme erótico” nem “casada com alguém que esteja vivo”. Não estou grávida, nasci depois de 1979 e tenho menos de 1,71 metro de altura. E, mesmo atendendo a todas essas exigências, ele não respondeu aos meus e-mails.
Ele é Wanderson (pronuncia-se “Uanderson”), o idealizador do site www.desencalhawanderson.com.br, criado, como o próprio nome já diz, para desencalhá-lo. Lá, as características que a pretendente ideal deve ter são reveladas. Alguém que o “ajude a obedecer os mandamentos do Deus” e que “não tenha filho (ou filha)” tem grandes chances. Claro, ela também precisa ter as características que listei no início deste texto. Eu tenho. Ele criou o site para conseguir uma namorada. Teoricamente, seria só mandar um e-mail ou carta falando sobre si mesma, junto com uma foto.
Ao que parece, o negócio deu certo e o encalhado está muito perto de alcançar seu objetivo. No fim do mês de março, Wanderson divulgou em seu site uma nota pedindo paciência a todas as mulheres que lhe mandaram seus contatos e disse estar decidindo sobre quais são suas melhores opções.
Eu, claramente, estou fora da jogada, já que insisti três vezes e nem ao menos uma respostinha obtive. Mandei foto, contei da minha rotina, e nada. Será que o problema é comigo ou realmente teve tanta procura e ele está sem tempo para responder? Prefiro me apegar a essa última ideia e levar a vida sem pensar que tomei um fora histórico.
P.S.: Claro, meu objetivo era enganar Wanderson para conseguir uma entrevista com ele. Será que ele percebeu isso?