Qual é a Graça?
A bordo de um ônibus, o grupo As Graças já levou teatro para os quatro cantos do Brasil
Depois de 13 anos na estrada, as quatro meninas do grupo de teatro As Graças nem pensam em estacionar. A bordo de um ônibus, elas já levaram teatro para os quatro cantos do Brasil e agora lançam livro para contar as histórias acumuladas no bagageiro
Quatro meninas, um ônibus e uma força de vontade que beira a obstinação. Assim dá para resumir As Graças, grupo de teatro composto de quatro atrizes (Daniela Schitini, Eliana Bolanho, Juliana Gontijo e Vera Abbud, todas formadas pela EAD) que deu largada em1995 e nunca mais parou. O ônibus, que elas ganharam de um amigo em 2002 caindo aos pedaços, foi reformado e já as levou para os quatro cantos do Brasil. O lema é: “Levar teatro a todos, absolutamente a todos, os lugares em que o público ávido por cultura permita que ele estacione”, define o ator e escritor Nereu Afonso da Silva, prêmio Sesc de Literatura 2006 e autor do livro que leva o nome do grupo e será lançado no próximo domingo, dia 30 de novembro. Na publicação que mais parece uma revista – pelo formato cheio de fotos e frases destacadas – você conhece a história dessas meninas, desde a satisfação de serem convidadas pela ex-primeira dama Ruth Cardoso para fazer parte do Projeto Móvel de Cultura e Meio Ambiente da Comunidade Solidária, em 1999, até os divertidos comentários que ouviam dos nativos das cidadezinhas brasileiras que visitaram. Por exemplo, um bêbado, que numa dessas andanças, soltou: “Óia aqui, moça, ocês estragaram t-t-tudo... eu tava indo pra casa... louco pra dar umas porrada na minha mulé, mas esse t-t-teatro d'ocês me deixou de coração amolecido... agora num vô mais... ocês estragaram t-t-tudo!”. Com o mesmo bom humor, relatam os perrengues e os conflitos ao longo do caminho. E, claro, a história do grupo, que já existia muito antes do ônibus, com direito a prêmios como o Jornada Sesc de teatro, em 1995, pela Endecha das Três Irmãs (peça de estréia do grupo) e o APCA de melhor texto, em 1996, pelo infantil Poemas para Brincar. Mas o que mais chama a atenção são os 13 anos de união de quatro mulheres que, apesar de todas as dificuldades, nunca quiseram saltar no meio da estrada. E desconhecem sua última parada.
Vai Lá: dia 30 de novembro, às 18h30, na Choperia do Sesc Pompéia – r. Clélia, 93, São Paulo, (11) 3871-7700 ou 0800-118220
Últimas apresentações da peça infantil Tem, Mas acabou!, sábado, às 13h30, e domingo, ao meio dia, também no Sesc Pompéia.