Preserve-se

Facebook: são amigos ou são contatos? Até que ponto você expõe sua vida em redes sociais?

por Tania Menai em

O Facebook fez um grande erro ao intitular os contatos de “amigos”. Por isso, pense 2 minutos antes de apertar o enter, privacidade é coisa preciosa na sociedade de hoje

 

Em fevereiro o Facebook comemorou seis anos de existência. E uma das perguntas que alguns repórteres fizeram tratava da privacidade. De um momento para o outro, a mídia social começou a expor a vida alheia para o mundo ver. Mas, na verdade, não podemos culpá-la de nada: quem despeja informações para lá de íntimas são os próprios usuários. Há quem passe o dia falando o que está fazendo, o que está pensando, onde jantou, o que almoçou. Outros colocam fotos da família, do cachorro, de “caras e bocas” (breguíssimo, hein?) para o planeta Terra apreciar. Dito isso, cadê o mistério, cadê o “só meu”? Por que essa necessidade de mostrar mais do que o necessário? Como disse um estudioso de mídia que entrevistei certa vez, trata-se da “look at me generation”, ou “a geração olha pra mim”. Certa vez, Barack Obama deu uma palestra para crianças de primário e um dos meninos, que tem o sonho de ser presidente, perguntou o que ele precisaria fazer.

A primeira coisa que Obama recomendou foi: “Cuidado com o que você coloca na internet. Isso pode te perseguir para sempre”.

Contatos, não amigos
Para esta geração, que já cresceu com mídia digital e bloga até do banheiro, talvez essa seja a tarefa mais desafiante para chegar à Casa Branca. Mas ninguém precisa ter tal ambição para pensar 2 minutos antes de despejar as glórias e mazelas na rede. O Facebook fez um grande erro ao intitular os contatos de “amigos”. Sinto dizer: ali ninguém é amigo de ninguém. Aquelas carinhas não passam de contatos – poucos atenderiam o seu telefonema às três da manhã numa emergência. O mundo da mídia social é dividido por gente que sabe usá-la com maestria (e quem sabe sabe!) e por gente que consegue mostrar o pior de si. Quem fica o dia todo postando “novidades” pode mostrar que não tem vida off-line. Quem reclama da vida pior ainda. Quem coloca fotos de biquíni, e esquece que tem chefe olhando, perdeu a noção. Por isso, antes de clicar “enter”, pense duas vezes e lembre-se que privacidade é um ativo precioso na nossa geração. Resta a nós cultivá-lo.

 

Arquivado em: Tpm / Comportamento / Tecnologia