Pornozinho básico
Você curte pornô mas tem dificuldade de achar algo de que goste? Aqui, uma seleção de links
Você curte pornô mas tem dificuldade de achar algo de que goste? A culpa não é sua. Sacanagem para mulheres ainda é submundo na internet. O Ada.vc fez uma pesquisa e, claro, separou uma seleção de links
A pornografia é tida como a grande força por trás da expansão da World Wide Web desde a sua invenção. Há quem diga, inclusive, que a internet só foi criada com este propósito: abraçar esquisitices e suprir desejos inomináveis da vida off-line. Na época da “terra de ninguém”, quando ser anônimo era a parte mais legal de estar em rede, todas as baixarias que cabiam nas resoluções gráficas dos nossos computadores e nas bandas nada largas das nossas casas estavam lá. Prontas para serem descobertas. O tempo passou, a web explodiu e o pornô se transformou em uma indústria avaliada em dezenas de bilhões de dólares. Em grande parte, graças à internet.
Os números* dão uma boa dimensão: o pornô representa quase um terço do tráfego total de dados on-line e 25% das buscas feitas no Google. Mas, nessa festinha, só um entre três usuários são mulheres. Por que tão poucas?
O Ada.vc fez uma pesquisa anônima entre quase 600 mulheres para entender qual é a internet erótica que passeia pelos seus gadgets. Entre elas, as que menos consomem pornô são heterossexuais. As bissexuais e as lésbicas têm nitidamente mais intimidade com o assunto. Mas o dado mais interessante é sobre frequência: 34% delas consomem pornografia menos de uma vez por semana, 29% consomem uma vez por mês ou raramente e 25% consomem três vezes por semana. São dados um tanto quanto díspares e nos fizeram pensar que a disponibilidade de conteúdo faz toda a diferença. Quem encontra o que realmente gosta faz disso um hábito, mas todas as respostas apontam em uma direção muito clara: 1) a maior parte do pornô produzido hoje ainda é feita para homens; 2) tem coisas legais para mulheres sim, mas... 3) dá trabalho achar.
Mais da metade das mulheres com quem conversamos (57%) usa portais de vídeos como o Youporn, Pornhube e Red Tube para procurar inspiração aleatoriamente (e perdem bastante tempo até achar algo legal), e outras confessaram deixar o Google “fazer o seu milagre”. Algumas falaram especificamente de atores e atrizes que acompanham em qualquer plataforma (além do James Deen, este fenômeno do sexo “ô lá em casa” mencionado em várias respostas), outras indicaram o trabalho da diretora Erika Lust, já conhecida pelo olhar erótico feminino, e teve até quem respondeu só consumir o que recebe via WhatsApp (?!). Mas quem tem se mostrado o grande amigo das mulheres nessa seara é o Tumblr. Por quê? Além de atender a muitos nichos e agradar minorias (que tal um Tumblr só de homens gostosos e… peças de queijo? Ou talvez um sobre ateísmo e peitos?), o site aceita GIFs animados, o que deixa tudo muito mais discreto, rápido, silencioso, mobile e direto ao ponto. É tão fácil de usar que algumas delas confessaram ter os seus próprios canais para repostar o que acham na plataforma e criar a sua galeria privada, exatamente do jeito que gostam.
Com o objetivo de facilitar essa busca feminina, selecionamos algumas das dicas passadas pelas entrevistadas da pesquisa, juntamos com achados garimpados por nós e criamos um guia de pornô feminino. A pesquisa está na íntegra no site (http://ada.vc), mas separamos alguns trunfos aqui:
PornIQ: é um portal de vídeos que ajuda a separar o joio do trigo. Antes de mostrar qualquer opção, ele faz algumas perguntas sobre suas preferências: “Você curte: sexo amador, orgias imperiais, lugares públicos...?”, e no final ele separa os resultados pelo tempo que você tem disponível. Apelidamos de “smart porn”
Beautiful Agony: um site erótico australiano que publica diariamente vídeos de pessoas se masturbando até chegarem ao orgasmo. Como os vídeos só mostram as pessoas dos ombros para cima, a grande sacada é ver as expressões se transformando até o gran finale.
Literatura histérica: uma série de vídeos do fotógrafo Clayton Cubitt, que pediu a algumas mulheres que lessem trechos de livros enquanto eram estimuladas por vibradores por baixo das mesas. O estímulo aumenta conforme o que elas vão lendo. A experiência é tão envolvente e sensorial que basta só ouvir!
Dicks for girls: este foi um dos Tumblrs mais recomendados para as apreciadoras de um belo e distinto membro. Começa sempre com barbas bonitas, torsos malhados e pescoços tatuados, mas conforme a rolagem desce, surgem os poderosos: bem fotografados com luz natural em casas de revista.
Let me suck you: totalmente NSFW! Mas perfeito para quem não aguenta mais clicar na categoria “sexo oral” e só ver vídeos de mulheres de unhas de porcelana ajoelhadas em carpetes de motel. Prepare um chazinho antes e esconda a sua tela.
*IFR/2006 e Nielsen/Netratings/2012
Diana Assennato e Natasha Madov, jornalistas e geeks assumidas, são criadoras do blog Ada.vc, onde falam sobre tecnologia, internet e cultura digital com um olhar feminino
Quer que desenhe? É bom para o moral, coleção de zines pornôs do artista Zé Otávio, esquenta o clima na ponta do lápis Zé sempre desenhou mulheres e pessoas andrógenas nuas e de forma sensual, mas nunca tinha trabalhado com o sexo literal. “Comecei com essa história quando recentemente a Bebel Abreu, que é dona da Bebel Books, jogou a ideia de fazer um zine picante e daí chegamos num lance mezzo soft porn, mezzo hard porn”, conta. Já são dois zines publicados, um só de garotas e outro com casais heterossexuais. “O terceiro farei só com meninos”, conta. Os desenhos são feitos com caneta Bic, lápis e esmalte de unha e o formato é A5. Natural de Olímpia, interior de São Paulo, Zé Otávio tem 31 anos, já morou na capital paulista e também em Londres. Hoje, voltou, com a mulher e o filho, para a terra onde nasceu. Vai lá: É Bom para o moral #1 e #2 R$30,00 cada um + frete, zeotavio.com/shop |