Pode ostentar, mas sem avacalhar
Funk em debate: MC Guimê, astro do funk ostentação, explica qual é a do gênero
A mania atual do funk (e, sim, nós gostamos, descemos até o chão etc.) é o funk ostentação. O jogo é falar de carros, marcas, roupas, consumo, muito consumo, e nomes de grife. Até aí, tudo bem. Normal que adolescentes da sociedade de consumo cantem o... CONSUMO. Isso pode render uma tese antropológica. Mas nós aqui não somos antropólogas, então, vamos ao que interessa.
Os caras só cantam funks em que as meninas são interesseiras, só chegam neles se eles tiverem carros possantes, moto e roupa de grife. É uma volta da maria gasolina misturada com uma blogueira consumista: se o cara não tiver grana, não quero. Será que as meninas são tão interesseiras assim? As que conhecemos não são.
Meninos do funk, grande parte das mulheres tem predileção por caras duros, problemáticos e com infância difícil. Não, não medimos o homem pelo tamanho do... carro.
Trecho de uma música do pop star MC Guimê: “Contando os plaque de 100, dentro de um Citroën, aí nóis convida, porque sabe que elas vêm. De transporte nóis tá bem, de Hornet ou 1100, Kawasaki tem Bandit, RR tem também. O bonde partiu pro baile funk, e como de costume toca a nave no rasante. De Sonata, de Azera, as mais gata sempre pira. Com os brilho da joias no corpo de longe elas mira”.
Será que isso realmente impressiona as meninas? Com as palavras de MC Guimê, 20: “Não vamos ser hipócritas, de conforto e luxo todo mundo gosta. Então tendo dinheiro, carro, com certeza facilita muito”. E será que ele passou a pegar mais menina por ter dinheiro e carro? “Carro, dinheiro e fama trazem muitos interesseiros, todos querem chegar chegando. Não seria diferente comigo: com certeza as meninas olham diferente!”
Gostamos muito de você e das suas músicas, mas... juramos que gostaríamos mesmo se você não tivesse um tostão. E não fosse famoso.