Pelo direito dos pais
Um movimento para que os caras também possam ser corujas no trabalho
Aproveitando o Dia dos Pais, nossas colaboradoras criam um movimento para que os caras também possam ser corujas no trabalho. Apoiamos sem reservas
Agosto é o mês dos pais. Mas foi em maio, mês das mães, que foi aprovado, por uma comissão da Câmara dos Deputados, o projeto que aumenta de cinco para 15 dias a licença-paternidade. Uhu! Ainda não é muito, mas estamos chegando lá. E, se tudo der certo, vai virar lei. E não vai valer má vontade da empresa, nem desconto no salário do pai, nem chororô, nem mimimi. Amém.
Para que a gente acredite mesmo que as coisas estão mudando, esperamos ainda que lá no escritório:
• seja perfeitamente compreensível que o pai falte ou trabalhe em casa quando o filho tem febre;
• ou que chegue atrasado quando a escolinha não abre no feriado, ou quando a criança está em fase de adaptação, ou se tem reunião importante na escola, mesmo meio fora de hora;
• seja normal que o pai dê uma saída pra levar a cria ao médico ou ao dentista, sem cara feia dos colegas;
• seja rotina os homens ligarem pra casa no meio do expediente só pra saber como o filho está;
• e mostrarem fotos, bem corujas, na hora do cafezinho;
• esperamos ainda que o chefe entenda se o homem preferir não viajar porque a filha ainda é pequena. Afinal, se a mãe do bebê amamenta e trabalha fora, é o pai quem dá a mamadeira do meio da noite.
Absurdo? Não. De nada adianta as mulheres terem seus empregos, os homens dividirem as tarefas em casa (OK, mais ou menos) se o mundo do trabalho trata os homens como se não tivessem família. Tem gente que ainda acha estranho um homem cuidar das crianças. Um dia já acharam estranho uma mulher trabalhar fora. A vida é cheia de coisas diferentes até que a gente se acostume com elas.
Daqui a uns anos, esperamos, ninguém vai olhar torto, nem demitir, nem achar bizarro, nem se desmanchar por um homem assim. E, ao falarem do cara bacana, não vão dizer que ele é uma mãe. Ele é um bom pai. E ponto.