O Dia dos Namorados das nerds

Elas não recebiam flores na hora do recreio, mas mesmo assim viraram garotas superlegais

por Nina Lemos em

Quando a gente está na escola, existem pessoas que são insuportavelmente vencedoras e felizes. Mas, quando éramos adolescentes, o Dia dos Namorados era uma data que deixava bem clara essa divisão de classes entre as vencedores (as loiras e/ou gostosas) e as perdedoras (as esquisitas). As nerds, claro, eram pessoas incríveis, mas passavam o Dia dos Namorados sozinhas e no recreio não tinham nada para exibir, enquanto as gostosas desfilavam com flores (sim, isso acontecia e, como o mundo é horrível, ainda deve acontecer) e cartões com a palavra LOVE em letras brilhantes. Abaixo, depoimentos de pessoas que não ganhavam esses cartões, mas que viraram pessoas, no mínimo, legais.

“Nerds não têm namorados, apenas amores platônicos. Por isso, não existe tortura maior para uma garota nerd do que o Dia dos Namorados. Na adolescência, a data costuma ser comemorada de uma forma over: garotas e garotos vencedores trocam mensagens de amor em papéis de carta perfumados. E você? Ah, você basicamente quer morrer. Odeia a humanidade. E tem esperanças secretas. Como por exemplo protagonizar uma cena de A Lagoa Azul ou Endless Love com o garoto mais popular do universo.” (Jô Hallack, escritora e jornalista)

“Dia dos Namorados? Ai, ai, ai. Eu era supernerd. Usava um aparelho nos dentes extraoral e era extremamente magra. Não tinha peito nem nada. Quando eu chegava na escola cantavam a marcha fúnebre pra mim. Era traumático. Aí um menino falava sempre assim: ‘Ô, monga, vira essa napa pra lá que esse negócio tá me cutucando!’. Eu levava bullying no último volume.” (Eliete Marjorado, vocalista da banda Tetine)

“Na minha escola não tinha essa parada. Era cidade pequena e existiam dois ou três casais na turma. Namorar, para mim, não era pauta.” (Geanine Marques, vocalista da banda Stop Play Moon e modelo)

“Na minha escola não se falava muito disso. Foi pior quando eu entrei na faculdade. Aí passei a ser bombardeada por todos os lados! Na TV só se fala disso, os colegas só falam disso. E, se na época você está sem namorado, é um inferno.” (Claudia Lima, editora da Revista da Gol)

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