O amor acaba
O ''está tudo acabado entre nós'' através dos tempos
No passado remoto, a gente xingava um cara por Bip. Era ridículo, mas, quando tudo acabava, era só queimar o número de telefone. Hoje, para esquecer um exu, você vai ter que ver tutorial de como bloqueá-lo em todas as redes sociais!
Para quem nasceu nos anos 90, temos alguns segredos para contar. Existia uma época longínqua onde não havia internet. Nem telefone celular. Nessa era, a gente tinha secretária eletrônica. E acontecia algo muito esquisito: a gente escutava os recados! E a gente deixava recados! Essa máquina era muito importante para o amor. E também para o ódio.
Era por essa máquina que a gente mandava os babacas se ferrarem. Era muito fácil. E detalhe: ele ia ouvir!
Outra maneira muito eficiente de desopilar o ódio era pelo Bip. Um aparelho muito complexo. A gente precisava ligar para uma central telefônica e ditar a mensagem para uma pessoa, que iria transcrevê-la e enviá-la para o aparelho do sujeito. Mas não dava para se exaltar: "Desculpe, não podemos usar palavrão".
E o que acontece em 2015?
Você brigou muito feio com um casinho. Quer xingar: manda mensagens pelo chat do Facebook e pelo WhatsApp.
Até que ele te bloqueia. Aí você resolve mandar pelo Viber, quem sabe assim ele vê? Então, você resolve usar aquela coisa antiga e manda um SMS. Porque não adianta deixar recado... ninguém ouve recados!
Depois de surtar e se dar conta da loucura vem a pior fase: preciso esquecer esse cara para sempre. Toca assistir a tutoriais para varrer a pessoa de vez de todas as suas redes e meios eletrônicos – e-mail, WhatsApp, Instagram, Twitter, Viber... Tudo muito, muito complicado. E o pior, se você não se livrar da sua loucura, em breve estará com o celular de uma amiga na mão pra bisbilhotar as fotos que ele postou no Instagram. A vida era mais fácil em 1998.