Numa boa
Tocando em carreira solo, a cantora Andreia Dias não se intimida nem cria expectativas
A paulistana Andreia Dias lançou, no começo do ano, Vol. 1, seu primeiro disco solo. Integrante da Banda Glória e da DonaZica, que já têm um certo público, estava se sentindo um pouco acomodada. Resolveu lançar um disco solo. Um não, três, dentro da “Trilogia da minha cabeça”. Com o primeiro volume já lançado, agora está em produção do Vol. 2, que promete ser mais rock que o anterior.
O site da Tpm falou com a cantora, que apresenta suas canções próprias em São Paulo, sobre sua trilogia, a carreira solo e como é encarar um palco sozinha.
Você já tocava na Banda Glória e na DonaZica quando decidiu lançar sua carreira solo. Como foi a decisão para se lançar sozinha?
Na verdade, essa coisa da carreira solo sempre existiu. Eu costumo dizer que desde que eu nasci estou em carreira solo! Eu ainda toco com as bandas, participo de uma outra que chama Astronautas do Amor e a carreira solo está paralela. Um amigo meu, da Banda Glória, o Guilherme Kastrup, me botou uma pilha: “Vamos fazer o seu disco!”, porque eu já fazia algumas músicas. E eu pensei: “É, tá na hora mesmo”. Foi meio assim de supetão, estava acomodada nas bandas. Vi que era hora de fazer meu disco solo, aí foi assim.
E agora, fazendo shows sozinhas, você sente diferença? É um pouco intimidante?
Não, é normal, eu até acho bem gostoso. É diferente, porque só estou eu ali. Na Dona Zica tem mais duas cantoras, na Glória tem mais três cantores, então a gente divide os vocais. No meu trabalho sou só eu, mas eu não fico intimidada, não, fico bem à vontade. Não é nem melhor nem pior, apenas diferente.
Existem várias novas cantoras brasileiras. O que te torna original?
Eu acho que a maneira que eu componho, parte da minha individualidade, cada um é cada um. E tem as influências das bandas que eu toco: Glória é de samba de gafieira, a Dona Zica tem uma coisa mais vanguarda, os Astronautas tocam mais música romântica, brega dos anos 70. Então acho que todas essas influências direcionam meu trabalho para uma coisa diferente, uma marca.
Como surgiu a ideia de lançar um trilogia de CDs?
Como eu tinha muitas músicas, não queria colocar tudo em um disco, acho chato CDs com muitas músicas. Mas elas tinham uma linguagem entre elas, são músicas irmãs, têm temáticas meio iguais. Então tive a ideia da trilogia. E minha mãe me inspirou. Ela tem uma coisa superinocente, eu diria, e disse: “Minha filha, você fez essas músicas da sua própria cabeça?”. Daí eu inventei esse nome “Trilogia da minha cabeça”.
Como está a produção do Vol. 2?
Estou em fase de mixagem, a gente mesmo está produzindo, está indo superbem. Falta mandar para a fábrica. A diferença é que eu acho que essa aí está mais rock'n'roll, porque a minha banda está diferente. E a produção, que não vai ser do Guilherme, agora é do Luke e do Ricardo Prado. Mas vai ser pouca coisa.
Você cria expectativas antes de fazer um show?
Aprendi uma coisa na vida: não ter expectativas. Como sou envolvida em várias coisas, eu não fico com muita expectativa, não. Claro que ensaio, me preparo para fazer um show bonito, mas não penso se vai ter gente, se não vai ter. Se tiver uma pessoa, vou fazer um show como se tivessem 100.