No set com Sofia Coppola

A história você já deve conhecer: Bling ring, o novo filme de Sofia Coppola, estreia nesta sexta-feira e conta como funcionava a gangue adolescente que invadiu as mansões de celebridades em Hollywood para roubá-las entre 2008 e 2009. Não que eles precisassem de dinheiro. O que eles queriam era não só tomar para si a vida de gente como Paris Hilton e Lindsay Lohan, mas ostentar o que haviam conseguido no Facebook.

Crônica dos tempos contemporâneos, o filme critica o vazio e o narcisismo da cultura de celebridades. A produção tem Emma Watson no elenco, mas quem chama mesmo a atenção é a novata Katie Chang. Aos 17 anos, Katie vive Rebecca, a líder e principal “armadora” do grupo, e encantou a diretora nos testes para o papel. “Ela promove um ambiente muito criativo no set e realmente fez com que eu me sentisse confortável como atriz”, conta a atriz à Tpm. Na entrevista a seguir, ela relembra como era o clima das gravações e conta qual foi o presente de aniversário que Sofia lhe deu. 

Tpm. Li que a Sofia estimulou o improviso entre o elenco. Tipo, vocês realmente tiveram que escalar muros e invadir casas de famosos. Como foi essa experiência?
Katie Chang. Sofia foi muito determinada em relação a nós (Claire Julien, Taissa Farmiga, Israel Broussard, Emma Watson, eu) e à necessidade de nos conhecermos melhor, então reservou tempo para passarmos uma semana juntos. Fizemos muitas coisas, fomos às compras e saímos para jantar em restaurantes de Los Angeles. No final dessa semana, ela propôs que fizéssemos uma simulação de como seria invadir uma casa. Essa experiência realmente nos ajudou a entrar nos personagens e deu um salto na nossa capacidade de improvisar.

Bling ring é seu primeiro grande filme e, bem, sua atuação impressionou a crítica. É um pouco assustador?
Obrigada! Sim, porque foi meu primeiro filme e eu estava aterrorizada durante todo o processo. Tinha uma personagem importante para interpretar. E se eu estragasse tudo? E se algo desse errado? Esse medo inicial logo desapareceu porque Sofia promove um ambiente muito criativo no set. Ela realmente fez com que eu me sentisse confortável como atriz. E mesmo quando eu estava ansiosa me senti capaz de aproveitar a experiência porque ela é uma diretora incrível.

Sofia é uma das diretoras mais significativas e "cool" desta geração e se entusiasmou muito com a sua audição. Como foi trabalhar com ela?
Foi uma honra, sou uma grande fã do trabalho dela. Sou uma jovem que quer fazer filmes, ela é uma grande inspiração. Porque ela é forte, criativa e determinada para contar as histórias do jeito que quer, independentemente do que as pessoas pensam.

Lembra de alguma história legal no set?
Uma história que me lembro é meu aniversário de 17 anos foi na nossa última semana de filmagens e a Sofia me deu de presente uma edição linda de Anna Karenina, do Tolstoi.

Antes de Bling ring, você vivia no anonimato. Agora imagino que sua vida tenha mudado. Além disso, é um pouco irônico que um filme que critica a cultura de celebridades tenha chamado tanta atenção?
Minha vida não mudou tanto. A única diferença é que as pessoas da minha cidade natal agora me conhecem como “a garota no filme”. Fora isso, talvez, eu continue vivendo minha vida normalmente. Tenho os mesmos amigos, minha família me trata da mesma forma e me dedico igualmente a atuar e a estudar. É irônico, de qualquer forma, que exista um nível tão grande de interesse no filme, elevando-o a um status de celebridade mesmo que ele seja um comentário social justamente sobre os efeitos negativos da obsessão por celebridades.