No hope, no fear
Nesses anos de estudo do budismo, uma das coisas mais legais que aprendi é que a motivação e não exatamente o que se faz que determina o carma. Ou seja, a intenção determina se a ação é boa ou má. O meu professor, um grande lama tibetano, Chagdud Tulku Rinpoche, é conhecido como o lama da motivação por sempre enfatizar a sua importância. E de tanto ouvir falar sobre isso, tento lembrar de parar pelo menos por dois segundos antes de fazer qualquer coisa para checar e corrigir a minha motivação.
No comecinho desse ano, decidi mudar com a minha filha de dois anos de idade do monastério budista Khadro Ling, que fica em Três Coroas, RS, onde morei nos últimos quatro anos, para Bir, cidade que fica no norte da Índia aos pés do Himalaia. Fui orientada por outro grande lama, Jigme Tromge Rinpoche, e como sei lá quando teria a oportunidade de fazer uma viagem dessas de novo na vida, fiz um brechó e vendi todos os meus móveis e roupas e comprei duas passagens com validade de um ano para a Índia. Pode parecer loucura largar tudo e mudar sozinha com uma criança pequena para um lugar sem estrutura de saúde, moradia e educação como esse, mas eu precisaria de mais coragem para amarelar do que para aceitar o desafio. A confiança em um monte de coisas incríveis que aprendi no budismo falaram mais alto do que o medo do desconhecido. Simples assim, “NO HOPE NO FEAR”, vim parar aqui, sem medo de ser feliz (ou infeliz). E esse blog serve para compartilhar a experiência de como é a vida nesse canto do mundo. Espero que a leitura do blog seja tão gostosa quanto tomar um drink com uma amiga. Cheers!