Não-entrevista: O revival do app Lulu

Que espírito de manada é esse? Você vai achar que um cara não é gato só porque as outras não acham? Sério? O que é um gato

por Nina Lemos em

Em 2013 foi lançado no Brasil um aplicativo de celular idiota que permitia que as mulheres avaliassem os homens com notas e com #hashtags engraçadinhas, tipo #queridinhodamamãe e por aí vai. Elas também podiam dizer se eles eram ou não bons de cama. Alguns homens se revoltaram (com muita razão), entraram na justiça e ele foi retirado do ar.

Mas como tudo que é ruim volta, tipo a moda da calça bag, o Lulu voltou esta semana. E não, não vamos testar! Vamos simplesmente não entrevistar o aplicativo.

Tudo bem que ele voltou em outra versão. Agora, ele não pode ser cadastrado ao Facebook (você tem que usar o seu número de telefone), há uma seção de bate papo e, olha só, os homens vão ter que pagar para ver o que os outros homens pensam deles. Ridículo.

Vamos inverter a história. Fazem um aplicativo para homens avaliarem as mulheres, que, para entrar, tem que pagar para ver o que eles acham delas e assim entrar em contato com as "bem avaliadas". Daríamos um ataque, não é? Pois é.

Segundo a cofundadora do app, Lulu, Alison Schwartz (que não vamos entrevistar mas que deu entrevista para a Folha), o Lulu voltou para concorrer com o Tinder.

"Quando você se coloca no Lulu, recebe 'feedback' sobre um monte de coisas. Talvez você seja legal, divertido e dedicado, mas não é tão gato. Então as respostas não vão ser apenas baseadas se você é gostoso ou não. É um novo mundo de avaliações", disse.

Mas espera. Um novo tipo de avaliações feito pelas outras? Não por você?  Que espírito de manada é esse? Você vai achar que um cara não é gato só porque as outras não acham? Sério? O que é um gato? Quando falamos de humano, gato é um conceito pessoal!

Em uma época distante, os homens tinham mania de dar nota para as mulheres que passavam na praia com placas. Degradante, babaca, nojento. Vamos nós, garotas, copiar essa tosquice? Não!!!! Por essas e outras não, não vamos entrevistar as fundadoras, o aplicativo, e nem entrar no Lulu para ver se "aquele nosso ex" está lá.

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