Não-entrevista: o deboísmo

Era para ficar de boa. Mas agora as pessoas estão praticamente se matando online por causa do termo!

por Nina Lemos em

Deboísmo é uma idéia nascida na Internet que prega basicamente que, diante de tretas, a gente fique de boas. Só que o deboísmo virou a mega treta master da semana e por isso decidimos não entrevistá-lo. Era para ficar de boa. Mas agora as pessoas estão praticamente se matando online por causa do termo!

Não vamos entrar na não-treta da semana, mas vamos tentar explicar a confusão. O que entendemos: uma menina esperta critou a idéia do feminismo deboísta ano passado para tentar unir todas as correntes do feminismo e falar que era mais importante as minas ficarem de boas com as outras. Depois, a filosofia deboista foi adaptada por um outro pessoal para uma coisa mais ampla. Tipo, seu carro quebrou, abra uma cerveja e pratique o deboísmo. Sim. É sério. O deboísmo virou uma mania gigante, tipo um estilo de vida. Não ria. É sério.

Mas aí as pessoas passaram a não ficar nada de boa com o deboísmo. Contrário: ficaram super com raiva, ódio e brigando entre si! Era ou não era para ficar de boa? O motivo para a transformação do deboísmo no tretismo foi o seguinte (um deles): o Ministério do Trabalho lançou um cartaz com o bicho preguiça, imagem do tal deboísmo, com a frase: “Clima chato no trabalho? Muita fofoca e tititi? Colegas tentando puxar seu tapete?”. Ninguém ficou de boa com isso.

E as brigas boas envolvem o fato de o Ministério do trabalho reduzir direitos trabalhistas ao deboísmo, do termo ter sido esvaziado, de quem inventou o tal deboísmo e…. zzzz! Preguiça! E não falamos do animal mascote do movimento, mas de falta de paciência mesmo!

Não queremos mais saber e não vamos entrevistar todas essas tretas. Era para ser de boa, lembram?

E tem mais, também não vamos entrevistar o deboísmo porque ainda temos a imagem da criança Síria morta em uma praia da Grécia nos nossos olhos. Assim como todas as fotos de refugiados sendo tratados como lixo em alguns países da Europa. Não estamos de boas com nada disso. Muito pelo contrário.

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