Muito além de Amália Rodrigues
Fado ressurge com força, frescor e influências até da MPB
Sua estrutura melódica original é a guitarra clássica mais a guitarra portuguesa, com uma só pessoa cantando com sofrimento e melancolia. As letras passam por temas como amor, saudade e nostalgia. A partir dos anos 70, o fado foi perdendo a força e ficou esquecido, até que, em 1999, iniciou-se um movimento de retomada desse estilo musical em Portugal. Artistas deixaram de lado os lenços e as vestimentas escuras para dar novos ares às canções. Ana Moura [na foto acima], principal expoente do chamado “novo fado português”, falou à Tpm sobre o assunto.
Como ocorreu esse movimento de retomada do fado? Após a morte da nossa grande diva Amália Rodrigues, em 1999, apareceu uma geração cheia de cantores, instrumentistas e autores de grande qualidade. O aparecimento de tanta gente talentosa levou a um aumento de interesse por parte do público.
O que vocês carregam do fado tradicional? O fado é uma tradição oral. Passa de geração em geração através dos encontros nas casas de fado com os mais velhos. Aí aprendemos a essência e a alma dessa música.
O estilo atrai hoje um novo público? Sim, basta ir a um concerto para ver como a plateia está cheia de jovens.
A música brasileira faz parte de suas influências? Claro que sim. A MPB e a bossa nova fazem parte do imaginário musical de quase toda a gente em Portugal. Cresci a ouvir muita música brasileira, como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Nana Caymmi.
Que artistas você recomenda a quem deseja conhecer a música portuguesa? No fado recomendo os clássicos, como Amália Rodrigues, Fernando Maurício, Maria da Fé ou Beatriz da Conceição. Fora do fado, há muita música nova interessante, de nomes como Deolinda, Luísa Sobral, Márcia e Legendary Tiger Man.
Ouça na playlist abaixo, 10 músicas de bandas que formam o novo pop português: