Enquanto esta coluna era escrita, um caixão estava exposto em um estádio de Los Angeles. Atrações musicais e “pessoais”, como a família do moço que estava dentro do caixão, faziam discursos para um estádio lotado. A festa lembrava uma abertura de Olimpíada. Mas não. Era o velório de Michael Jackson. Com transmissão ao vivo de quase todas as TVs do mundo.
Ficamos tristes com a morte do Michael, claro, afinal todo mundo da Redação da Tpm já tentou dançar um Moonwalk. O cantor marcou nossa infância. E por isso mesmo o choque é tão grande. Como um velório vira um show? Isso não era para ser uma coisa íntima?
Claro que somos humanas e queremos saber sobre todos os fatos bizarros da vida do Michael. Isso nos desperta uma espécie de curiosidade mórbida.
Mas o massacre Michael é tão forte que até as suas músicas, muitas tão boas, já começam a nos cansar. Alguém ainda consegue ouvir “Billy Jean”? Alguém ainda consegue ver o clipe de “Thriller”? Dá até medo de que o trabalho do artista desapareça no meio de tanto excesso. E se a gente cansar para sempre do Michael e nunca mais conseguir ouvir uma música dele? Isso seria muito chato. Por isso, não entrevistaremos fãs do Michael, nem a Janet, nem a Latoya, nem ninguém. OK, eles também não iam querer dar entrevista para a gente, claro. Mas juramos que não vamos nem tentar. Fora que achamos um absurdo ver a carinha branca e assustada da única filha de Michael, Paris Michael Katherine, de 11 anos, estampada na capa de vários jornais do mundo, num momento tão frágil e íntimo. E pensar que ainda teremos que aguentar as comemorações de um ano da morte do Michael, dois anos, três. Ai, socorro. Isso não vai parar nunca!
