Mineirice

Elogiada por Marcelo Camelo, Roberta Campos fala da mudança para uma grande gravadora

por Flora Paul em

Mineira que fala com voz de menina, Roberta Campos toca violão e gaita em shows bem intimistas. O som, considera folk com influências de músicas de seu Estado natal. Depois de gravar sozinha um disco independente, assinou com uma gravadora. E, ao colocar um vídeo no YouTube cantando uma música de Marcelo Camelo, recebeu elogios do próprio.

Batemos um papo com a cantora, que se apresenta em São Paulo nos próximos dias, sobre como começou a se interessar por música, Minas Gerais e o medo típico de quem muda da cena independente para a de gravadoras.

Você toca violão, gaita e também compõe letras. Quando foi que começou a se interessar por música?
Eu componho desde criança mas antes ficava criando em cima de canções que eu não sabia a letra, e aí ficava inventando, sabe, fazia letras, palavras. Quando eu fiz 13 anos compus minha primeira música. Tinha o interesse desde muito pequena, morava na casa da minha avó e o irmão dela, meu tio-avô, tocava violão. Ficava muito encantada. Quando fiz 11 anos comecei a tocar também, peguei algumas instruções com um vizinho da rua e o resto aprendi sozinha. A gaita, comecei agora a colocar no show, nas músicas, mas ainda estou aprendendo, meio que sozinha, estou desenvolvendo.

Você é de Minas Gerais e fala muito de suas influências mineiras. Como isso aparece em sua música?
Minas é totalmente inspiradora. E eu sempre escutei muito o pessoal do Clube da Esquina, Lô Borges, Milton Nascimento, Beto Guedes. Mais o Milton Nascimento. Como ouvi muito esse pessoal e os admiro demais, acabou influenciando minha música. Acho que música a gente cria do que escuta, mesmo que inconscientemente.

Para Aquelas Perguntas Tortas, seu primeiro CD, foi gravado por você em sua casa. Agora, você assinou com uma gravadora. Fica aquela coisa meio clichê, aquele medo de perder a identidade?
Eu não tenho medo porque assinaram o contrato comigo por eu ser o que sou e fazer o som que faço. Falamos muito do próximo disco, de fazer de forma que não perca a minha identidade, minha marca. Faz bastante tempo que trabalho com música e sempre foi uma ralação. Quando me mudei para São Paulo, tive que recomeçar, ninguém me conhecia, eu não conhecia os lugares para tocar, voltei ao zero. Então agora está bem legal porque com a parceria acontecem mais coisas, novas possibilidades, estou feliz.

Você recebeu elogios do cantor Marcelo Camelo. Como foi isso?
Foi fantástico. Sempre fui muito fã dele, é um dos meus maiores ídolos e influências. Um amigo de Portugal falou que achava que a música “Doce Solidão” ficaria muito bonita na minha voz. Então eu gravei para mandar para ele, fiz um videozinho e coloquei no YouTube. Aí o Marcelo viu e o empresário dele entrou em contato, disse que ele tinha gostado muito e me chamou para ir ao show. O Marcelo foi conversar comigo, foi muito legal mesmo.

E quais são seus próximos planos? Já pensou, por exemplo, em fazer um dueto com ele?
Ah, se surgisse a oportunidade, eu ia ficar bastante feliz. Mas o plano agora é meu disco. Vamos começar a gravar no fim do ano e tentar lançar em torno de março. E enquanto isso eu quero mostrar o meu som para o maior número de pessoas possível, divulgar minha música para ter um pessoal que já curte quando eu for lançar o CD.

Vai lá:
Roberta Campos na Fnac Paulista
Av. Paulista, 901, Cerqueira César, São Paulo
dia 27 de agosto às 19h
entrada gratuita

Roberta Campos no Bambú Brasil
R. Purpurina, 272, Vila Madalena, São Paulo
dia 28 de agosto às 21h
Quanto? R$15,00

www.myspace.com/robertacampos

 

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