Mayana Moura
Modelo queridinha da Chanel, tem cara de poucos amigos e estreia no horário nobre da Globo
49. Mayana Moura*
Mayana Moura decidiu ser atriz depois de assistir a um filme do alemão Wim Wenders. Para compor sua personagem em Passione, cortou o cabelo inspirada na personagem Lulu, interpretada por Louise Brooks em A Caixa de Pandora (filme de 1929, dirigido por Georg Wilhelm Pabst). Intelectual cinéfila? Não exatamente. A garota também é fã do Marilyn Manson e do Suicidal Tendencies. E já foi modelo da Chanel.
Vamos combinar de cara que Mayana é uma garota difícil de rotular. E que parece já ter vivido mais do que seus 27 anos. Até poucos meses, ela era conhecida no circuito descolado do eixo Rio-São Paulo pela beleza, estilo e personalidade forte. E, quando a encontro, quase esqueço que ela agora é uma atriz de novela das nove, que começa a ficar famosa. A presença da assessora de imprensa, que grava toda a entrevista, faz lembrar disso.
Fora isso, é a garota que entrevistei para a Tpm #26, quando ela tinha 20 anos. E que reencontrei em uma mesa do Sujinho, tradicional restaurante de São Paulo, ano passado. Na tal noite, falamos um monte de coisas. E ela disse que estava fazendo oficina da Globo.
Hoje, enquanto espera um táxi após a entrevista, diz: “Estou tão feliz, viu?”. A felicidade é fruto de ter descoberto o que quer fazer da vida: “Música e representar”. Música, isso sempre soube que queria. Hoje, toca na Gloss and Glue, banda que formou com Marina Franco, stylist, e que se apresenta no circuito alternativo.
Para ser atriz, Mayana foi estudar teatro, participou de curtas-metragens e, em seguida, da Oficina de Atores da Globo. E deu certo. Seu colega de elenco Rodrigo Lombardi, por exemplo, é só elogios. E parece já ter entendido qual é a da moça. “A Mayana é uma atriz iniciante, mas não é uma artista iniciante. Ela tem suas convicções e sabe se expressar”, observa.
Ao mesmo tempo em que grava a novela, Mayana quer tempo para participar do show de Dudu Tsuda, um dos artistas mais cultuados do Baixo Augusta, em São Paulo. E também pensa em gravar um disco com seu melhor amigo, Tatá Aeroplano, do Cérebro Eletrônico.
“Não acho a beleza um valor”
Mayana é carioca, filha de artista plástica e engenheiro. Seu pai morreu quando ela tinha 4 anos. Filha única, “muito independente”. Aos 16 anos, mudou-se com a mãe para Nova York. Voltou de férias para o Rio e, em uma festa, encontrou o fotógrafo Mario Testino, que a classificou de “a garota brasileira” da época. Pronto. Era o passaporte para que entrasse no mundo da moda. Mesmo não querendo, virou queridinha de Karl Lagerfeld, o estilista todo-poderoso da Chanel. No perfil da modelo, publicado pela Tpm em 2003, ela contou horrores sobre sua trajetória como modelo. Não era feliz, vivia tendo ataques de ansiedade. Hoje, prefere deixar o assunto de lado. “Eu não gostava. O que me interessa é a inteligência. Não acho a beleza um valor.”
Mayana tem cara fechada e de poucos novos amigos. Até o fechamento desta edição, havia sido vista com o cantor Otto circulando por aí, mas se definia como solteira. Diz que está pronta para fazer amigos no Projac, onde trabalha diariamente. “Gente, estou trabalhando com a dona Fernanda. Ela tem um comprometimento com o trabalho incrível. Estou aprendendo muito com ela e com a Cleyde.” Que Cleyde? “A Cleyde Yáconis, a minha avó.” Mayana tem mesmo motivos para estar feliz.
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Estilo Marcio Banfi Produção de moda Andrezza Aldrighi Zimenez Maquiagem Saulo Fonseca (Capa MGT)
Produção Ana Luiza Toscano Assistente de foto Michelle Rue
Mayana veste Short American Apparel, Meia calça Marisa, Paletó Acervo pessoal. Agradecimento Clube Glória Tel.: (11) 3287-3700 / 3287-4677 www.clubegloria.com.br
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(*) Para comemorar a Tpm#100 conversamos com 100 mulheres. Veja todas aqui