Maria Buzina

A marca da mineira Gabi Gonçalves faz de carteiras a malas de viagem com lona de caminhão

por Flora Paul em

Gabi Gonçalves era uma estudante de artes de Juiz de Fora que sempre fez artesanatos para ter uma grana extra. Até que um dia transformou seus bicos temporários na marca Maria Buzina. “Descobri uma loja aqui que vendia peças de couro para fazer coisas. Nem sabia que se vendia couro assim. Na mesmo hora já imaginei um monte de bolsas prontas!”, conta, sobre como a ideia começou.

Com as idas frequentes à loja, conheceu um loneiro – que arrumava lonas de caminhão –, que ofereceu um pouco do material que tinha para Gabi. “Demorou um tempo até descobrir como eu iria utilizar aquela lona, porque elas são gigantescas, têm 90 metros quadrados.” Como seus avôs  eram caminhoneiros, a mineira logo criou um laço com a ideia de criar bolsas a partir do material: “Meu pai diz que é uma continuação do trabalho dos meus avôs de uma maneira mais feliz, mais light”.

O nome veio um bom tempo depois do começo, quando teve a oportunidade de expôr na Babilônia Feira Hype, no Rio de Janeiro, e percebeu que não queria usar o nome Gabi Gonçalves, como em seus trabalhos de artista plástica. E, apesar das diversas expressões com “maria” que existem, pensar nesse nome não foi tão simples. “Não é uma expressão conhecida”, conta. O nome surgiu ao assistir a um programa antigo da MTV, o Buzina. “Quando o apresentador falou buzina, me soou muito bem. Me remete ao caminhoneiro chegando na fazenda, buzinando, e todo mundo da casa saindo feliz porque ele voltou de viagem.” O Maria só foi adicionado para que o nome soasse melhor. “Buzina, na verdade, tem muito mais significado para mim.”

A coleção da Maria Buzina é feita de peças únicas, feitas a mão. No catálogo que você confere no blog da marca, dá para ter uma ideia, mas devido à mistura feita a mão das tintas e, também, do material nada se repete: “As lonas são todas diferentes entre si, cada pedaço da mesma lona, com um remendo, com uma mancha”. O que Gabi considera muito importante. “Essas marcas contam a história da lona, do caminhoneiro, das estradas, da mercadoria que essa lona embalou. Da mesma maneira que as marcas da nossa vida contam a nossa história, e a partir do momento que a cliente adquire, não vai contar só a história da lona, mas também dela.” Mas não é que as bolsas não sejam resistentes. “Eu falo das marcas que tiveram um motivo, uma importância, como um vinho que derramou no jantar com o amado.”

Além de ser vendida no blog Maria Buzina, a marca ganhou uma loja em Juiz de Fora há cinco meses – e é toda feita com peças de caminhão: “Minha mesa é o capô, o pés da mesa são eixos de motores, as prateleiras são feitas do vidro”. As bolsas custam de R$ 80 a R$ 340, com carteiras a partir de R$ 39, além de vários outros preços e produtos.

Vai lá:
Maria Buzina
Galeria Pio X, 2° piso, loja 114, centro, Juiz de Fora, MG.
De segunda a sexta, das 9h às 19h.
Sábado, das 9h às 14h.
Tel.: (32) 3215-2868.
mariabuzina.multiply.com

 

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