Love me Tinder

Foi a tecnologia que abriu caminho para a revolução mais bem-sucedida dos últimos cem anos: a revolução sexual

por Fernando Luna em

Nem Marx, nem Lênin. 

Foi a tecnologia que abriu caminho para a revolução mais bem-sucedida dos últimos cem anos: a revolução sexual. Sem a invenção da pílula anticoncepcional, ninguém teria visto a emancipação feminina e a libertação do desejo. 

Agora os avanços tecnológicos pulam na cama de novo. Dessa vez, graças à universalização da internet com seus sites desinibidos, à privacidade dos smartphones com seus aplicativos de encontros e às redes sociais com suas infinitas possibilidades de conexão.

Uma nova revolução sexual? A reportagem "Transa moderna", na página 50, investiga.

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Fomos de Love Me Tender para Love Me Tinder.

Elvis, the Pelvis, deu uma sacolejante contribuição à revolução sexual com seu requebrado – que chegou a ser censurado do programa de TV The Ed Sullivan Show, onde as câmeras só o filmavam da cintura para cima. Sua balada mais conhecida implorava: "Love me tender, love me true/ All my dreams fulfill/ For my darling’ I love you/ And I always will". Como diria a tecla SAP sobre esse último verso, "E eu sempre vou te amar".

Essa promessa de amor romântico & analógico não tem muito espaço no Tinder. Ou tem? 

Logo após a revista norte-americana Vanity Fair publicar uma longa reportagem em que o aplicativo é descrito como "o Apocalipse dos encontros", o Tinder se defendeu tuitando: "Nossos dados informam que a maioria dos usuários está atrás de conexões significativas". 

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Falando em dados, eles mostram que os milhões de sites pornográficos espalhados pela rede recebem mais visitas em um mês do que Twitter, Amazon e Netflix juntos. 

E as mulheres frequentam cada vez mais essas URLs calientes.

Em especial, as brasileiras. 

O PornHub e o RedTube, duas referências de XXX na www, revelaram que as brasileiras lideram o ranking feminino do consumo de safadezas on-line: 35% dos acessos aos sites no Brasil são delas, contra 65% masculinos. Só para comparar, no Japão são apenas 17% de mulheres clicando.

Foi o mundo digital que escancarou o sexo às mulheres. Antes, revistinhas heterodoxas, filmes de sacanagem e quadrinhos do Carlos Zéfiro circulavam principalmente entre os marmanjos.

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Responda rápido: você passa a mão com mais frequência no seu celular ou no seu namorado?

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