Impulso. Ainda pulsa.
Impulsividade, queira, por gentileza, sair deste corpo que não te pertence. Grata
Impulsividade, queira, por gentileza, sair deste corpo que não te pertence. Grata
Num mundo em que tudo e todos estão a um clique de... tudo e todos, ser impulsivo perdeu aquela conotação romântica, com cara de propaganda de sabonete. Foi-se o tempo em que entre você e seu ato impulsivo havia um ônibus, a floricultura com sua dona meticulosamente lenta, o cartão em branco, a campainha a ser tocada, uma cara a ser feita para quem abrisse a porta... Hoje, você escreve qualquer palavra, qualquer sacanagem, qualquer informação sigilosa a qualquer hora e pronto, em segundos implica numa coisa que, outrora, talvez, você tivesse desistido antes de completar o ato. Quem nunca escreveu uma carta e não entregou? Quem nunca comprou um presente ousado que acabou esquecido no fundo do guarda-roupa? O mundo 3G acabou com esse drama. Você toma quatro doses de vodka com Red Bull, vai com seu celular para o banheiro e a sua impulsividade voa com rumo certo, mas sem muita certeza, antes mesmo de chegar a sua vez. Maldita DM.
Claro que às vezes o resultado é positivo para ambas as partes. Um empurrãozinho alcoolizado impulsivo pode ajudar muita gente a fazer o que não faria, com quem não imaginaria, num lugar absolutamente fora de mão. Mas, de vez em quando, a vontade de correr atrás daquele sinal portador de palavras representantes de sentimentos que, no fundo (ou nem tão fundo), você não está sentindo é gigante. E quando é uma foto? Ui. Não adianta se arrepender. Depois de clicar “enviar”, meu bem, você já virou refém da sua ânsia e de seus sentimentos rasos. Agora é esperar que a impulsividade alheia calhe com a sua... e que do outro lado haja alguém tão emocionado quanto você com alguma coisa que, de fato, não importa. Principalmente se já tiver passado da uma da manhã...
E se não houver resposta? E se houver um coração onde você só vê sexo? Ah... Isso é impulse.
para seguir: @euliatulias