Gravidez (in)esperada
Após oito anos de tentativas, Patrícia Koslinski está grávida
Depois de abrir o jogo na Tpm de abril e entregar os pontos após oito anos tentando engravidar, a jornalista Patrícia Koslinski conta sobre a surpresa de estar finalmente grávida
Incrível como a vida nos prega peças. Era março, eu acabara de enviar meu texto de editora convidada da Tpm de abril, em que contava minha batalha para ter um bebê, e, de repente, o que parecia uma virose forte, até com suspeita de dengue, se transformou no momento mais lindo da minha vida. Estava grávida. E mal podia acreditar!
Havia dias eu estava de cama. E foi assim, tomada por uma náusea constante que me impedia até de tomar água, que me dediquei às minhas duas páginas na Tpm. Contar sobre minha longa espera por Yolanda ou Armando, falando dos altos e baixos de tratamentos e expondo uma angústia tão íntima, funcionou como uma catarse. Quando apertei o send no e-mail direcionado à redação da revista, senti como se tivesse encerrado um ciclo – o da expectativa desesperada por um filho. Como escrevi na época, eu continuava querendo ser mãe; ainda era um sonho. Mas o desgaste de oito anos de tentativas frustradas me fez entender que essa "gestação" estava longa demais, dolorosa demais. Precisava mudar o peso dessa caminhada, que tinha que ser, sim, mais leve, mais feliz.
Jamais imaginei que Yolanda já estava na barriga naquela época...
Foi meu tio, médico, que me convenceu a fazer o exame. Em nenhum momento da pseudovirose passou pela minha cabeça que os enjoos que sentia poderiam ser sintoma de uma gravidez. Estava desligada, pensando numa possível licença no trabalho para estudar em Londres com meu marido, no meio do ano. Finalmente, a cabeça estava focada em outros planos. Nem do atraso menstrual suspeitei. Aliás, nem os considerava mais, já que meus ciclos são mesmo irregulares. Já tinha perdido as contas de quantos exames havia feito ao longo desses oito anos, por conta desses atrasos. E o atendente do laboratório nunca falava a palavra mágica ao telefone: positivo.
Foram quatro exames – três de farmácia e um de sangue – para que eu, enfim, acreditasse que era verdade. Fiquei numa espécie de estado de choque do bem: meio catatônica, rindo do nada, distraída e incrédula. Como assim eu tinha engravidado naturalmente???!!! Eu olhava para meu marido, Daniel, e parecia que estávamos sonhando. De verdade.
Semanas depois fiz o exame de sangue para saber o sexo do bebê. Veio a notícia de que minha filha estava a caminho. Hoje, quatro ultrassonografias e outros exames depois, posso dizer que Yolanda cresce saudável e que tem pernas compridíssimas. Puxou a mãe. Do pai, parece ter herdado a hiperatividade. Vai dar trabalho essa menina.
Sem receios
Sempre tive medo de que a longa espera pela maternidade a que a vida me submeteu trouxesse uma consequência difícil: uma gravidez com cuidados e neuroses excessivas. Tinha muito receio de ficar paralisada, achando que qualquer passo em falso colocaria tudo a perder. Pois, na prática, estou tranquila, calma, ativa e feliz. Estou fazendo hidroginástica, pilates, passeando e trabalhando normalmente. Não deixei de coordenar o programa Superbonita nem de cobrir as semanas de moda no Brasil – escrevo este texto entre Fashion Rio e São Paulo Fashion Week, diga-se de passagem. Nesses primeiros meses, ainda gravei um novo programa para o GNT, o Detox do Amor, em que contraceno com o querido Leo Jaime, ídolo que virou amigo e que se tornou mais um a paparicar a mamãe aqui.
Dizem por aí que ando radiante. Também pudera, né? Yolanda vem aí para completar a família. Eu, Dani e Jovelina, nossa gatinha, estamos esperando com muito amor.
Que você venha com saúde, minha filha. Um beijo carinhoso da sua mãe.