Gatos Sortudos
Criadora de ONG Adote um Gatinho lança livro com histórias de superação dos bichanos
Ela tem nove gatos em sua casa, criou e se dedica exclusivamente a ONG Adote um Gatinho, assume ser "chata" com os critérios de adoção dos animais e lançou o livro Gatos Sortudos (Ed. Da Boa Prosa) em parceria com a amiga e co-fundadora da organização, Susan Yamamoto.
Com um encontro que surgiu do amor pelos gatos, o envolvimento de Juliana e Susan na defesa dos animais começou pequeno em um grupo voluntário de castração de animais e quase dez anos depois da criação da ONG já atingiu números impressionantes. "Não planejamos criar a ONG. Foi muito de repente, só queríamos resgatar dois três gatinhos, cuidar e doar. Resolvemos criar um site de adoção. A gente ia para o grupo, mas acabávamos ficando com pena, porque os gatos castrados eram devolvidos para as ruas. A página foi crescendo e de dez gatos chegamos a 450, divididos entre o nosso galpão, os que ficam com as voluntárias e os que estão em clínicas", conta.
Cheias de histórias acumuladas durante anos de trabalho, a dupla de jornalistas viu nas trajetórias do livro uma forma de diminuir o preconceito, matar a curiosidade de quem já acompanhava a Adote um Gatinho e desejava saber sobre o destino dos bichanos e inspirar pessoas. "As pessoas tinham uma carência de ouvir exatamente o que uma ONG faz, e através das dez histórias elas conseguiram assimilar melhor o nosso trabalho. Como os gatos retratados no livro estavam muito doentes, as pessoas se identificaram muito com a história de superação deles.", explica Juliana.
"Quando se fala em a 'louca dos gatos' o que se espera é aquela tiazinha do Simpsons, aquela pessoa descabelada e com um carrinho de supermercado, mas a minha geração é completamente diferente.", Juliana
Pela rotatividade do número de animais, as voluntárias que recebem mães e filhotes que ainda devem ficar separados dos outros desempenham um papel importante na estrutura da organização. Ainda mais quando maridos e filhos - nem sempre tão apaixonados por animais - também entram na dança. Juliana já chegou a ter mais de vinte gatos em sua casa, mas apesar de considerar o número excessivo e não saudável para os gatos, sabe que o esforço vale a pena. "Meu marido entende porque ou é isso ou é a rua. É como qualquer outro casamento, as pessoas fazem concessões. Se ele me desse um ultimato e pedisse que eu escolhesse entre ele e os gatos, não seria amor, e ele não me coloca nessa situação. Nenhuma voluntária tem esse tipo de problema, os maridos entendem. Nosso trabalho não é como um trabalho de escritório, rola um lado emocional muito forte", diz.
Como uma protetora de animais, Juliana dá a dica e os pré-requisitos para quem quer ter um gato em casa. "A primeira coisa é ouvir o que a pessoa que vai te doar o gato está falando. A aparência do gatinho não é o mais importante. A personalidade do animal deve combinar com o estilo de vida do dono e por isso é importante ouvir. A pessoa também deve ter um local preparado". Sem ter medo da fama de exigente, a jornalista ainda brinca: "Não podemos arriscar que o gato saia daqui, onde está tratado e acabe na rua. Pode ser uma coisa chata, mas os animais são mais importantes."
Veja abaixo uma galeria dos gatinhos que estão na ONG esperando adoção.
Vai lá: Gatos Sortudos
Autoras: Juliana Bussab e Susan Yamamoto
221 Páginas
Preço: R$ 35
Editora: Da Boa Prosa
www.livrosdesafra.com.br
Site da ONG: Adote um Gatinho